OS INOPERANTES PROGRAMAS POLICIAIS
OS INOPERANTES PROGRAMAS POLICIAIS
“Aprenda a ceder em favor de muitos, para que alguns intercedam em seu benefício nas situações desagradáveis”. (Chico Xavier).
A ordem é defender-se, pois estamos entregues ao caos social. Não converta seus ouvidos num paiol de boatos. A intriga é uma víbora que se animará em sua alma. Não se iluda nem com intriga e com boatos, seja sensato e aja pelo coração. Não transforme seus olhos em óculos de maledicência. A imagem que você corromper viverá corrupta na tela de sua mente. A mídia televisiva vem trazendo para dentro de seu lar a violência exacerbada que acontece no nosso dia a dia.
Hora do almoço, a hora sagrada da refeição material, mas se alguém resolve sintonizar algum canal, se depara com os chamados canais que dizem combater a violência, mas na realidade, eles estão mostrando a violência crescente e que nos causa nojo e além do mais alguns apresentadores esquecem a ética e querem fazer julgamento precipitados como fossem juízes e donos da verdade.
Na realidade você ao se deparar com programas dessa natureza estará imantando juntamente com sua família a “cultura” da violência que não leva a nada. Não Faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito. Use-as na sementeira do bem. Não menospreze suas faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis. Alguns profissionais da comunicação social estão se aproveitando desse estilo de programa para angariar benefício próprio, pois normalmente serão futuros concorrentes a um cargo político.
Em determinado programa ouvimos um apresentador usar palavras que não condizem com a ética de um profissional de comunicação, ao se referir a um ser humano, que usou o instinto para praticar o mal. “Vagando, moleque, carniça, imundo”, e ainda insinuando que presidiários praticassem o mesmo ato que o acusado teria praticado quando o delituoso chegasse ao presídio. O aspecto do apresentador era de ira, de agressividade, de espectro, ferocidade e sanha. Na realidade parecia até que queria se mostrar ao público telespectador como se juiz fosse e estivesse agindo como dono da verdade.
Você responderá pelo que fizer delas. Não condene sua imaginação às excitações permanentes. Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo. Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer. Ensine-os a gozar o prazer de servir. Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno. A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo.•. Com essas afirmações quero dizer que não sou a favor da violência, mas a raiva, a ira, mesmo que não seja do conhecimento de alguém é um viés para possíveis atos violentos.
A televisão bem como o rádio estão decaindo escandalosamente em termos de programação. Queremos dizer que não somos contra os programas policias, mas o apresentador deve se conter em determinadas ocasiões, em que a notícia requer. O horário dos programas policiais deveria ser estudado pelos controladores da mídia, visto que, atualmente o espaço ocupado por eles é inconveniente, em razão de muitas crianças estarem almoçando e se preparando para ir à escola. Existe um clichê popular que diz: “O povão gosta”. Isso não condiz com a realidade.
O écran da desgraça humana visto pelos telespectadores é de muita gente gritando, fazendo gestos para aparecer perante as câmeras, contrastando com a dor dos familiares do vitimado. Em nossa concepção, esse fato vergonhoso, podemos denominar de falta de respeito, ausência de compostura e falta de cultura. Guarde cuidado no modo de exprimir-se; em várias ocasiões, as maneiras dizem mais que as palavras. Evite a verbosidade avassalante; quem conversa sem intermitências, cansa ao que houve. Sem boas maneiras, você viverá desamparado da confiança dos outros. Sem fortaleza, sucumbirá aos primeiros obstáculos do caminho. O homem, o comunicador social deve ter em ego uma fortaleza de compostura, seja no falar ou no se expressar.
Fortaleza está sendo considerada a capital onde a mídia possui mais programas policiais no rol brasileiro. A concorrência pela audiência é grande. Nenhum programa policial proporciona o bem em decorrência da violência exibida, ou estaremos enganados? O sensacionalismo exagerado é deletério, e nos deixa mercê das angústias, e dos sofrimentos alheios. Outro fato que temos notados e acontece com muita frequência é o uso exagerado de publicidades. Sabemos que a publicidade é fundamental para o funcionamento e segurança de uma empresa, mas que a mesma seja colocada em proporções adequadas e não exacerbadas.
Desde sempre, a corrida pela audiência, fez, das emissoras de televisão um ambiente propício às coisas mais sórdidas a que se possa imaginar. Concorrência que deveria ser um impulso para a criatividade dos apresentadores de programa e diretores, principalmente os de programas de auditório, tem agora uma roupagem diferenciada, onde a corrida pelo ganho de audiência, que é medida hora a hora, explora o que de mais baixo há nas tevês brasileiras. O pensamento de que tudo pode ser imposto à sociedade, que a programação deve ser ingerida sem contestações, sem imposições e sem responsabilidade alguma com a qualidade dos gêneros televisivos, que se esconde num suposto medo de que qualquer um que proponha certo tipo de controle sobre o que deve ou o que não deve ir ao ar possa ou deva ser taxado de simpatizante da Censura, e ai se faz um trabalho de terrorismo em cima dessa concepção muito ferrenha, mudou a cara da televisão, sobretudo na ultima década.
Fonte: (http://meuartigo.brasilescola.com/atualidades/%20eitca-baixaria-controlar-censurar.htm).
Como jornalista que somos não foi essa lição que aprendemos nos bancos das faculdades e, que para nós formados em Comunicação Social foge a regra da ética profissional em que estamos inseridos. Não que sejamos puritamos, mas não apenas os programas de auditório são campeões de baixaria na TV do Brasil, como os telejornais policiais, como os da Record, ou, tomando como exemplo local, o Correio Verdade, apresentado pelo atual Prefeito da cidade de BAYEUX-PB, Jota Junior, são um bom exemplo de lixo da televisão. Nesses casos, a apologia ao crime, ao uso de drogas e a prostituição também são bem visíveis.
Com uma programação altamente antiética, esses telejornais e programas policiais, se é que assim podem ser considerados, jorram milhares de litros de sangue nos chãos dos lares brasileiros, usam de imagens de crianças e/ou pessoas num momento de aflição ou de desespero total, suas condições sub-humanas e coisas relacionadas, para puxar audiência e vender, vender muito, e, no caso do jornal local citado, venderam-se até uma imagem de homem público para uma campanha eleitoral, dando resultado satisfatório. Violência não, entretenimento sim. O rio atinge os seus objetivos porque aprendeu a contornar os obstáculos, os rios de sangue estão fora desse contexto. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA UBT- DA AOUVIR/CE- DA AVSPE- DA ACE