As pessoas mudam?

O amor não pode ser como o vento

que ora vai para um lado, ora vai para outro.

Ora traz a bonança, ora traz a tempestade.

O amor tem que ter o aval do coração e também da razão.

Critique-se a passividade, na qual consideramos o amor simplesmente eterno.

E não é. Pode ser para Ti, mas não para quem esta contigo.

Tu podes estar seguro, porém teu companheiro (a) não esta.

Critique-se pela tua indiferença onde Tu não percebes que o amor se renova todo dia, em palavras, em gestos, em carícias, em pequenos agrados.

Critique-se pelas tuas ausências nos beijos, para a qual desculpas inúmeras são escolhidas.

Tu podes ter vindo de um tempo (teu) em que a rotina (relacionamento) era focada na materialidade e dilapidava dia a dia um patrimônio riquíssimo em amor e paixão.

Um amor pode surgir em tua vida

e querer partir, logo quando a tua atitude esta mudando

E fazendo renascer aquele sentido da vida onde o amor é o sentimento diário.

Que ele deve ser perceptível em todos os momentos

ser demonstrado, ser bebido, ser comido, ser transado

ser acordado todas as manhãs

ser deixado sobre a mesa, na pia do banheiro

Na soleira da janela, nas dobras do lençol, no brilho do olhar.

Quando o amor fracassa todos nós somos credores.

Quando o amor cresce todos nós somos investidores.

Não acredito que as pessoas mudam.

Elas criam sim, uma mudança de atitude.

Continuam com sua personalidade, seus defeitos e virtudes.

Mas podem alterar o foco de seus interesses

podem aumentar seu amor, repor ele onde estava carente.

Podem olhar para trás e ver onde erraram e consertar o presente.

Nós temos duas maneiras de mudar

Através do amor e através da dor.

Em todas as duas nos tornamos vulneráveis, no primeiro momento.

Por isso um amor verdadeiro tem que ser de coração

mas tem que ter o aval da razão.

Uma mudança pelo amor, pode ocorrer.

E pela Dor também.

A dor esconde um sentimento de falsidade, fraqueza

vingança e perda da esperança.

Eu não quero mudar pela dor.

Ela nos deixa um gosto amargo, machuca-nos

nos torna em muitos momentos cegos e sem rumo.

Dentro dela temos a ausência e ela é sentida

não como uma saudade, mas como uma morte.

Uma ausência sem volta, sem esperança

sem futuro, no qual o passado é escondido num pigarro na garganta

numa mudança de assunto, num sexo vazio, numa lágrima escondida.

Eu quero mudar pelo amor.

Um amor presente. Que nos permitisse olhar o tempo que voa, juntos.

Poderíamos transformar nosso amor em um único amo

e viver sempre dependente um do outro.

E olhar o tempo passar e nos curtirmos

amarmos, lançar aquele olho no olho, boca na boca

Os beijos da manhã, do meio dia, da noite,

embaixo do chuveiro, embaixo do cobertor, na calçada da beira-mar, contemplando o crepúsculo em suas cores avermelhadas pela paixão por mais um dia de amor viver.

Robertson
Enviado por Robertson em 25/08/2011
Reeditado em 25/08/2011
Código do texto: T3181125