ZOO HUMANO
Gosto de observar o vai e vem constante das pessoas na rua, no shopping, nas praças. Fico pensando quantos seres passam ao nosso lado, sem sabermos quem são, o que lhes vai no íntimo, quais são suas preocupações, seus problemas, suas angústias. Cada ser é um mundo. E me vejo a comparar a Terra a um imenso zoológico. Somos estranhos animais. Animais que, ao contrário das outras espécies, não nos contentamos em viver o presente e o que ele nos dá. Enquanto os outros (animais) vivem o básico de comer, dormir, procriar, o homem busca o limite de algo mais que o necessário. E nessa busca se sobrecarrega, provocando consequências nocivas ao seu bem estar. É o pensar que nos distingue e nos leva a querer mais. E na busca do ter vem o desgaste, o estresse, a desilusão, a desesperança. O futuro é uma incógnita e, mesmo assim, ou por ser assim, preenche nossos planos, fazendo-nos esquecer de viver o agora. Pensar é bom. Mas a razão é uma faca de dois gumes: se por um lado é um escudo contra surpresas desagradáveis, por outro nos leva a sofrer por antecipação.