Arte ou Desastre?
Percebe-se, hoje, o crescimento das publicações literárias, nas editoras conceituadas e, o surgimento de novas, em um país, onde os que escrevem, não se constrangem em afirmar que, detestam ler textos longos – o que dizer quanto aos livros?
Como entender tal declaração oriunda de quem diz amar as letras e, a elas se dedicar?
Sonhar em publicar um livro solo, quando em verdade - quando muito -, costuma-se ler quadrinhas, frases, pensamentos e similares - medindo com os olhos a extensão do texto, dessa forma, fazendo a escolha sobre o que ler - sem a mínima preocupação com o contexto, ou, com a mensagem inserida, quer em narrativas breves ou longas?"
Há grandes mensagens em narrativas breves, tanto quanto, textos longos inesquecíveis. Ora, para que se escreva bem, faz-se necessário ler, porém, escrever muito, nem sempre é escrever bem.
O que escreve quer ser lido, sabemos que esse - o escritor, ou, aspirante - antes, precisa escrever, para o seu próprio prazer, porém, ideias, vivências, conhecimento do real e do surreal fluem, para que possamos compartilhar; para estruturação de vidas e, não para implodirmos com o conhecimento adquirido.
Se antes, escrever era o sonho gerado quase que, impossível de se alcançar; acalentado no âmago de milhares e abortado, pelas dificuldades surgidas - desde o preconceito, até a falta de finanças, sem se falar no item: divulgação -, com a descoberta da Internet e, diante dos inúmeros portais literários, dos quais, temos conhecimento, o sonho de muitos se tornou realidade.
Surgem diariamente publicações com temas e estilos diversos, nem sempre, de boa qualidade.
Escrever é prazeroso, não esqueçamos, porém, da grande responsabilidade em fazê-lo.
Há textos incompreensíveis, não só por erros gramaticais. São idéias soltas, em nome do modernismo literário; poesias desconexas, de impossível assimilação. Isso, por não haver preocupação em ler, estudar, conhecer técnicas literárias pertinentes, com a arte da escrita.
Defendamos a poesia moderna, os versos livres e, brancos, sem que, descartemos o conhecimento dessas técnicas. Para isso, precisamos de tempo e dedicação. Impossível ao que posta compulsivamente; ao que transforma o dom da escrita em competição; ao que determinou para si, uma prisão, clausura, dependência, em cumprir uma meta baseada em números de postagens diárias - mostra para os leitores, sem que haja o zelo pela qualidade textual, como um todo.
Ultimamente li um texto que, não me sai da memória, não pela mensagem - copiei-o, colei-o e, o reescrevi, simplesmente, para que eu pudesse entender o que o autor tentara dizer... Que pena!
Vamos ler mais, estou tentando.
EstherRogessi. Crônica: Arte ou Desastre?
07/01/11