As críticas
O que entendo ser o papel da crítica, de qualquer tipo de obra, é que ela seja o veículo de informação ao público-alvo sobre a sua qualidade, principalmente para os que pagam para dessa obra usufruir.
A manifestação pura e simples a respeito de uma obra exposta sem a intenção de venda, que represente muito mais um sentimento, um talento, (sem medir aqui a grau ou estágio desse talento), ou um simples desejo de expressão, deve levar o amadorismo do autor em consideração.
Cadastrei-me no “Recanto” me considerando, literalmente, um amador, como de resto, deve ocorrer com a maioria dos colegas. É humano querer ser reconhecido, ouvido. Querer comunicar-se com pessoas com as quais se tenha afinidades e que estão aí, espalhadas pelo Brasil e por Portugal. Pessoas que têm seus corações próximos dos nossos. Gente que gostaríamos de ter por perto para trocarmos idéias, para ampliarmos horizontes, que trazem seu universo em prosa e verso por terem escolhido essa forma maravilhosa de integração.
Nestes poucos dias tive oportunidade de ver recomendações e possibilidades dentre as ferramentas do “Recanto” achando serem até desnecessárias, tal o nível de companheirismo que até então me reportavam os integrantes. Comecei perceber sua razão de ser ao ler uma queixa de um colega contra uma pessoa que o teria destratado. Pensei: fui batizado! Que nada. Não tinha sido ainda. Pegaram no meu pé também.
Freud deve explicar, (desculpem o lugar comum), o porquê de críticas deselegantes, grosseiras mesmo! Críticas que percebemos serem de pessoas sem habilidade para tal. Que não têm uma visão mais universal das coisas, e o pior: que sequer lêem com a atenção devida o texto que criticam! ...É a crítica pela crítica.
A pessoa que escreve se expõe sim. Mas é uma exposição afeita aos desarmados. Uma exposição dentro de uma espécie de pacto, de consenso mútuo, onde espaço para “sinceridades”me parece mais dunduns e nhém-nhém-nhéns de quem quer aparecer às custas dos outros que uma “prestação de serviço ao bom nome da literatura”. Não tem a simpatia da esmagadora maioria desses colegas cadastrados.
A pretensa carreira de crítico, de ombudsman classe-B ou de futuro editor de tablóides, sequer tem os alvos certos nos escritores do “Recanto”, (pelo menos dos que já consegui ler algo até agora).
Isto é apenas um desabafo motivado pela existência de quem tem os que escrevem como fonte de psicoterapia literária de 2ª categoria. Que deveria estar afogando suas frustrações num boteco acompanhado de asseclas e afins que o suportem.
Espaço para críticas tem e podem ser positivas, proveitosas e bem-vindas, mas a responsabilidade aumenta. Ela é maior que a desse escritor amador que tem na atenção de seus leitores o prêmio da notoriedade que as oportunidades lhe negaram e a coragem para dizer isso com a foto estampada no site.
AVISO: “Aceito críticas”.