O MAIS BELO DOS DEUSES - (MITOLOGIA GREGA)

O MAIS BELO DOS DEUSES

Crônica de Carlos Freitas

Tal qual seu pai Zeus - Deus supremo do Olimpo... Assim era Apolo - Amante incorrigível... Dom Juan inveterado. Deus das Artes, da Música, da Medicina, do Sol. Esses e, muitos outros, eram os atributos do mais belo dos Deuses do Olimpo. Sua sede por conquistas amorosas, comparava-se à destreza no manejo do arco de prata, com o qual matou a terrível serpente Píton – nascida do lodo da terra, após um grande Dilúvio. Protegida em sua caverna, aos pés do Monte Parnaso, aterrorizava a todos os habitantes do lugar. Ao som da lira, presente recebido de Hermes (Mercúrio), Apolo entoou o cântico da vitória sobre o túmulo do temido réptil.

- Minha próxima presa, será a ninfa Dafne – foi o que dele ouviu Cupido, filho de Afrodite, que passava por perto. A arrogância de Apolo incomodava em muito outros Deuses. Vangloriando-se, disse a Cupido: - As setas do meu arco são muito mais poderosas que as suas! – Vamos ver – disse um vingativo Cupido. Algum tempo depois, Cupido lançou no coração de Apolo uma flecha com ponta de ouro, que nele despertaria uma paixão demoníaca por Dafne, ninfa encantadora, filha do Semi-Deus Peneu, a quem Apolo assediava, mas por ela era desdenhado. Todavia, para coroar sua funesta vingança, Cupido atirou também no coração de Dafne uma flecha com ponta de chumbo. Ela provocaria em Dafne, repulsa ainda maior por Apolo. Enfeitiçado pela flecha, Apolo viu-se possuído por avassaladora e desenfreada paixão. Dafne, horrorizada dele fugia correndo, como se asas nos pés tivesse. Apolo a perseguia. Parecia dominado pelas Fúrias Tisífone, Megera e Alecto, habitantes das profundezas do Hades – o mundo dos mortos. - Dafne eu a quero só para mim – suplicava. Dafne desalentada, forças fraquejando, e percebendo Apolo cada dia dela mais próximo, corre para o pai, que está sob algumas arvores. Suplica-lhe que mude as formas do seu corpo. Isso a livraria do assédio do impetuoso Deus. Quando Apolo está prestes a tocar-lhe os cabelos, Dafne sente um torpor estranho a invadir-lhe o corpo. Numa metamorfose alucinante, ele é todo revestido por casca. Seus cabelos viram folhas, seus braços - troncos e ramos, e, seus pés - raízes, que penetram fundo no solo. Dafne transformara-se num loureiro! Petrificado e impotente ante aquele ser mutante, Apolo abraça-se ao tronco, beija-o ardentemente sussurrando: - Ah. Dafne, como jamais a terei como esposa, doravante, serás a minha planta preferida. Eternamente me acompanharás. Com suas folhas sempre verdes, ordenarei que teçam coroas, assim estarás presente em todas as vitórias que eu conquistar. Consagrarás também, as frontes de todos os heróis e vencedores.

Daquele dia em diante, a árvore de louro ficou associada ao luminoso Deus, como símbolo do seu amor por Dafne. E assim se cumpriu e eternizou o que foi dito. As folhas do loureiro, que não secam enquanto não forem colhidas, passaram a adornar a fronte dos vitoriosos Deuses e Semi-deuses Gregos, como também, dos Imperadores romanos, e heróis das Olimpíadas da Antiga Grécia e de Roma.

Ainda hoje, universalmente, a coroa dos vitoriosos são adornadas pelas folhas de louro!

Carlos Freitas
Enviado por Carlos Freitas em 23/08/2011
Reeditado em 04/07/2017
Código do texto: T3178232
Classificação de conteúdo: seguro