ALGO DE PODRE...
Algo de podre existe surgindo agora com mais força, em cascata ministerial. Faz tempo, e em parte veladamente, ocorrente no Brasil.
Veladamente para quem desconhece essas mecânicas corruptas. É um velho quisto agigantado.
Estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, aponta que “a corrupção custa ao país pelo menos R$ 50,8 bilhões por ano, dinheiro suficiente para construir 78 aeroportos ou 57 mil escolas ou rede de esgoto para 15 milhões de domicílio”, conforme coluna do conhecido jornalista Ricardo Noblat, O Globo de hoje, fls. 2.
Não caem castelos de cartas dos encastelados em ministérios em efeito dominó por nada, os números são estarrecedores. O ataque da Controladoria Geral da União, da Polícia Federal e do MP, são rastilho de pólvora que leva até o barril que explode.
São muitos.... precisam ser explodidos...
Nota da Associação da Polícia Federal escancara repulsa pela constestação do cumprimento de ordens segundo hábitos policiais. Chega-se a contestar a promoção da lei em favor da corrupção.
Lembremos Shakespeare sobre a corrupção que acompanha a humanidade. Arguto dissecador de personalidades, profundo e inteligente na abordagem trágica da corrupção que busca poder e tesouro, o conhecedor de almas e condutas humanas, Shakespeare, chegou a fingir enlouquecer Hamlet para conseguir sobreviver.
Não dissuadiu, porém, seu tio, o novo rei, que matou seu pai e dois meses após casou com sua mãe, tudo pela cobiça.
O novo rei desacreditou de sua insanidade. O enredo se supera quando para ficar convicto que havia “ALGO DE PODRE NO REINO DA DINAMARCA” (célebre frase do autor), o príncipe flagra o tio compondo uma peça que se assemelha aos fatos que cercaram a morte de seu pai.
A peça deixa o rei emocionalmente alterado, sendo altamente revelador, o que faz Hamlet ter certeza que o tio matou seu pai.
Ninguém do povo, razoavelmente esclarecido, precisa fingir insanidade para constatar a corrupção, O TEATRO ESTÁ ABERTO SEMPRE, mas precisa para sobreviver de forma cidadã, começar a pensar em se definir acerca da tragédia que vivemos, Shakespeare ficaria corado diante dela.