Hélio Faria- óleo sobre tela

FÉ E MINEIRIDADE


Sempre se falou que a fé remove montanhas, mas tive a oportunidade de ver que a fé transmuda o passado para o presente e um Cristo redivivo da Judeia para as montanhas de Minas.

Não se trata de fantasia nem de loucura, mas de uma bela exposição de quadros, óleo sobre tela, do artista HÉLIO FARIA. Em cada quadro sente-se a expressão de Fé e Mineiridade. Não uma fé aparente, superficial, mas uma fé vivida na tela e na própria vida.Assim, impossível separar  o artista de sua  obra.

Logo de início, O BATISMO DE JESUS, que vejo como sua presença em Minas Gerais. Não há o Rio Jordão, mas a bela cascata, talvez o Véu de Noiva ou a Casca d'Anta, onde nasce o Velho Chico. Eis aí aquele que  não veio apenas para os judeus, seu povo, mas para todos.

Esse Jesus, mineiro, brasileiro, universal, é de forma singular expresso em telas como A FUGA DA SAGRADA FAMÍLIA, seguindo pelas sinuosas estradas abertas nas montanhas ou O PRESÉPIO NO MORRO.Nesse último, temos como os Magos do Oriente, três crianças pobres oferecendo ao Menino uma bola, uma boneca e um xiquexique.
Em outra,  o Cristo nos faz ver que todos somos iguais, não importando a cor da pele nem classe social. É um Jesus Menino, negro, em sua manjedoura. A contemplá-lo, um cãozinho vira-lata, simples, mas de uma expressividade incomparável.

Não poderia faltar nessa bela manifestação de fé a ÚLTIMA CEIA (mais de uma tela). Em uma, o exemplo da partilha e em outra, o Cristo de braços abertos, acolhendo toda a humanidade.

A religiosidade mineira está bem representada em A PROCISSÃO.
Duas outras telas me chamam a atenção: O DIA QUE SÃO FRANCISCO VEIO A  MINAS e O PRESÉPIO DE SÃO FRANCISCO. Esta lembrou- me a história que envolve a criação do primeiro presépio pelo santo de Assis.

Outras telas são de um Jesus de Nazaré, não apenas mineiro, mas universal: A PIETÀ, A RESSURREIÇÃO.

Outras tantas cenas nos são mostradas pelo pincel inconfundível do artista.

Assim, Hélio Faria nos apresenta ainda parte das Entradas e Bandeiras, um belo roteiro dessas expedições, origem de nossa história. Vemos o sonho de Fernão Dias em encontrar as esmeraldas e sua morte. Essas telas não precisariam nem de legenda, tão viva se nos mostra a história.

Para tornar ainda mais rica a noite de 18 de agosto de 2011, o pintor escritor autografou seu livro Ô TREM BÃO , SÔ! São textos de nosso folclore, brilhantemente escritos e ilustrados por Hélio Faria.

Tentei colocar em palavras o que vi e senti, mas a emoção de estar presente na abertura da mostra FÉ foi muito maior que tudo que soube dizer.

Finalizo deixando ao grande artista HÉLIO FARIA, o meu querido primo Zu, e a Ângela (também prima querida),sua esposa e  companheira dedicada, o meu abraço de parabéns e meus agradecimentos por permitirem participar desse belo momento de arte cujo nome é FÉ.




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