A PROPÓSITO, GOSTO DA SEGUNDA-FEIRA
 

Tarde de Domingo. Estava aqui pensando no que pensar para escrever esta crônica, coisa do tipo tristeza...  Resolvi então escrever sobre as tardes de domingo; pra mim não   tem coisa mais triste  do que essas tardes, agora não me pergunte o porquê, não saberia dizê-lo.  Só acho que é triste porque é triste, tão somente. Por outro lado, Drummond diz que mais triste é não ter tristeza alguma .  Faz sentido –pensei. E  parti para curtir  a minha. Apanhei a “régua de exagerar distâncias” e me concentrei na dona saudade, lembrei de pessoas distantes e mesmo sabendo que elas de mim não sentiam a mesma saudade, não bateu tristeza nenhuma. Apelei para o amor, lembrei de alguém que já amei, quer dizer nem tanto assim, e nada! Tristeza nenhuma senti. Desisto, a noite está chegando, o domingo está se indo...  Volto-me para a leitura de Drummond é nele que as palavras fazem sentido quando afirma:  melhor é não venerar os códigos / de acasalar e sofrer. É viver tempo de sobra / sem que me sobre miragem.

A propósito, gosto da segunda-feira.
 
 

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 22/08/2011
Reeditado em 22/08/2011
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