AGUA MOLE EM PEDRA DURA..........

O tema da palestra mais uma vez repetia-se: PACIÊNCIA!!!. Caramba, disse comigo mesmo, outra vez!? A mesma ladainha, o mesmo discurso? Permanecia um tanto quanto contrariado, como assistido, necessitado, porem incontrolavelmente impaciente, comprometendo os benefícios salutares que emanavam daquele ambiente para o reequilíbrio da minha saúde física e espiritual. Então tentando dar uma de “esperto”, como um estrategista visionário planejei: ___”Falto a próxima assistência e retorno na outra livre da perseguição”! Pronto, plano executado. Tranquilamente instalado, bebericando uma água geladinha, inicia-se a exposição, e eu ciente de que não poderia haver erro. Meu plano não falharia!!!. Para a minha desdita o palestrante enfoca a mesma temática. Rapidamente disse a mim mesmo: ___Esse cara ta querendo desafiar a minha paciência!! Porque tanta insistência

Mais uma vez iria presenciar, com certeza, aquele ambiente transformado num grande dormitório, onde as pessoas não conseguindo manter o foco da atenção dada a morosidade da exposição se entregavam aos braços irresistíveis da sonolência. Discorrendo sobre o tema um manancial de informação e esclarecimento foi me envolvendo fazendo com que entendesse a “guerra” que eu travava comigo mesmo, que me tirava a paz interior. Se a paz do mundo devesse ser mantida, como muitos pensam, pela possibilidade da guerra, isto não poderia ocorrer no meu mundo íntimo. A minha insistente impaciência ocupava um espaço indevido, facilitado pela minha incapacidade de auto-superação. “Baixei a guarda” e passei a contar, por recomendação, não até 10, mas até uma centena de vezes até 10. E que remédio eficaz contra a inquietação e a ansiedade!!

Num exercício diário, em qualquer circunstância, ao menor sinal de contrariedade desafiadora passei a fazer uso deste método e não é que começou a surtir efeito...!. Percebi então que a origem de todo conflito não deveria ser

atribuído ao mundo lá fora, mas ao mundo aqui dentro do coração. Possuía sim, a ciência da paz, sabia de sua existência e necessidade para a própria harmonia interior e a boa relação com o mundo lá fora, todavia não estava ciente que precisava eliminar aquele ameaçador sentimento que não fazia outra coisa a não ser impedir a construção da minha paz de Espírito.

___O que tenho feito pela manutenção da paz no mundo? Como posso falar da paz se não cultivo este sentimento???questionava o expositor!

Na mesma hora me veio a imagem dos pequenos conflitos diários em que outras armas, talvez mais poderosas, eram utilizadas na preservação dos mais mesquinhos interesses. Sim, causados por este “paciente” que auto intitula-se Espírita e que negando este defeito revela-se orgulhoso pela falta também de humildade em não admiti-lo. Como posso desejar que o mundo respire uma atmosfera de Paz se eu emporcalho com este agente e seus derivados o ambiente daqueles que me circundam? Estou fornecendo motivos para que todos armem seus Espíritos contra mim, como uma auto defesa, através da reação justificavelmente admissível, mantenedora artificialmente de uma sensação de tranqüilidade.

Finda a assistência me dirijo pacientemente à saída, retomando pacientemente minhas atividades, ciente dos motivos de sobra desmotivadores à enfrentar e que provocariam minha ira, mas que dependeria de meu auto controle, como melhor resposta à difícil construção desta paz interior.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 21/08/2011
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