Psicóloga de Trânsito

O Globo Repórter esteve demais. O assunto era ligado ao tema da ansiedade. Lá estava à motorista no exame para carteira de habilitação no quesito estacionamento. (Tinha três chances, aqui o jogo fica numa oportunidade só nesse quesito para melhor arrecadação diante do erro prático) É melhor confessar: O primeiro engano informativo deste país começa quando se desconsidera a classe social dos envolvidos. Basicamente toda informação está pouco se lixando se os protagonistas são pobres ou não. Na maioria das vezes impera a figura confortável dos bem nascidos, por prestígio. No caso da carteira de motorista a examinada em questão parecia confortável em todo o processo. Ela simplesmente podia repetir a dose em dinheiro em caso de reprovação. A segunda reprovada suava e rodou. Foi o espetáculo televisivo. Evidente que haveria de prestar uma declaração negativa na frente das câmeras. Revelar o quanto cada engano de direção vale um dinheiral para a banca avaliadora. O Departamento de Trânsito é um dos órgãos mais ricos deste país e menos aparelhados para deter o sangue nas estradas. A reprovação custa os olhos da cara e dá lucro visível em alta velocidade. Errou pagou. O Globo Repórter jamais haveria de evidenciar este “pormenor” econômico ficando sempre do lado da instituição arrecadadora.

A psicóloga surge para estruturar com argumentos técnicos a sua posição de examinadora e a cena fica completa. Dinheiro não é o caso. Ninguém fica nervoso ao ser reprovado graças ao detalhe econômico na visão da psicologa de trânsito. Ninguém haverá de notificar a vantagem das reprovações sobre é a ineficácia completa do método, pois os números de acidentes com mortes e carteira de habilitação são omitidos das informações críticas. O que me surpreende é que tipo de psicologia é essa. Puramente prática e encombertadora da maior essência da representação: a verdade. Pobre psicologia de mercado. Tão importante quanto um peixe fora dágua...