A NOVELA, A TV, O COLORIDO, A VIDA, E A LOUCURA

Um troca de câmera de 3 à 8s, uma rodada para ambientalizar o clima, um mistério para dar fundamento, algumas cores para dar movimento, e surge então a descoberta. Foi assim que vi a tv renascendo em meio as misturas.

Todas aquelas cores e intenções desdobrariam mais tarde na mais infinita forma de pensamento ideológico, e logo assumiria todos os futuros intelectuais, juízes, quicá corações desolados. Dali em diante, de forma gradativa, A tv e seu colorido assumiria a forma do grande imperador do caos e da ascensão, os heróis do grande público, a esperança firmada do entretenimento, e a ditadura do consumismo.

Darei uma breve pausa, para conjecturar sobre o termo: "Entretenimento no Shopping". Todos sabem que ao passar em um Shopping, no auge do capitalismo universal, teremos uma falsa idéia de diversão com uma alusão escalafobética às compras. Vejam neste termo, como se transfigura um crime perfeito. "Atrair e atacar". O mesmo acontece com todos os meios de comunicação, que de certo, estende suas garras para comprar a arte e banalizar de uma vez por todas, todos os infames inventores da razão, reinventando assim um novo sangue de valores.

Pois bem, o assunto do último parágrafo é prosa pra outra viagem. O que nos traz aqui neste momento, são todos aqueles sonhos, os desejos, a fantasia, a definição dos conceitos, a moral, o pudor, o amor, os festejos, tudo, absolutamente tudo era passado de forma bem cabal. "--Se divirta até quanto seus olhos cansarem"; Não levantem! Mas se assim o fizer, que o façam repentinamente e volte rapidamente para teu seio, onde comprar é bom, e se divertir é uma conseqüência dos teus olhos. Que façamos um pacto sem discussões, e que as plumas, desilusões e segredos e festejos, possam nos livrar dos nossos pecados, "Amém" Ohh "TV Colorida".

Um fato que me ocorre no momento é de que, os personagens de uma novela são irrelevantes para uma análise. O que de fato era vendido tinha um preço, e porquanto éramos fiéis, pagávamos as contas sem titubear.

Na nossa santa cegueira, visualizem o prazer, e imaginem toda aquela alegria, os rostos delicados, os charmosos elegantes, o padrão eloqüente, o conforto tanto buscado, mas como, como? Que sonho! Que fantasia!

Acordando para o dia seguinte, tudo novamente perdia o sentido. E a pergunta ficava. O que acontece com a humanidade?

Nem todos os livros que pudéssemos ler, nem todos os aprendizados que pudéssemos aproveitar, nem todas as ideologias que teríamos de plantar, o massacre capitalista era real em qualquer classe. "---Pense para não sangrar, mate para não saber, ame para esquecer, morra para começar."

Vejo todos os loucos na rua, e imagino. "Qual será a chave que estes usam para desligar toda essa mediocridade?"