Ano novo, imposto novo

Renovam-se as nossas esperanças, o Ano Novo vem aí mais uma vez. Muito mais do que demarcar mais uma volta que o nosso infatigável planeta deu em torno do astro rei aguardamos, com uma ruga de preocupação e muitas expectativas, o que nos reserva os novos tempos que virão.

Aguardam-nos grandes novidades e velhas certezas. As novidades, não as conhecemos e são elas que introduzem a expectativa positiva em nossas mentes. As velharias esperadas, essas não são motivo de preocupação. Já sabemos que após as festas o Brasil só desperta depois do carnaval. Lá no final de março, começa o ano novo. E com ele, aquilo que é certeza, já afirmada e reafirmada, a de que há duas coisas de que os homens não se livram, a morte e os impostos.

Os governantes e os diversos servidores devem estar ávidos por nossa grana. Aí vem nova temporada de caça. IPVA, ISS, IPTU, as anuidades dos diversos conselhos profissionais, os impostos sindicais e vai por aí afora. Quando chegar abril, a velha inana do Imposto de Renda.

E tudo isso para quê? Aparentemente, para pagar os salários dos funcionários. E mais nada, nenhum serviço, nada, para isso servem os impostos anuais. E também para deixar claro quem são as autoridades. Logo, tais impostos são um símbolo de poder, são cobrados com estardalhaço, há prazos fatais, multas e juros. E aí de nós se não pagarmos. É como se continuássemos beijando a mão peluda de senhores feudais. Pagamos e aceitamos a autoridade.

Os impostos que são diários, esses nos são escondidos, são cobrados solertemente embutidos nos preços das mercadorias e serviços. Veladamente somos sangrados todos os dias, sem sentir.

Então vem aí um novo ano. Ano novo, imposto novo. Por qual razão a cobrança tem que ser anual? Poderia ser como as Olimpíadas, de quatro em quatro anos. Ou então, tínhamos que torcer para que a Terra reduzisse a sua velocidade e aumentasse a duração do ano. Por que do jeito que a fúria arrecadadora vai, não demora muito e as prefeituras vão cobrar o INAN, imposto sobre o Natal e o Ano Novo. Afinal, como fazer para pagar todas essas árvores de natal nas praças e a queima pública de fogos do dia 31?