COMENTANDO O ARTIGO “HISTÓRIA, POESIA E CONHECIMENTO – ZÉ DA LUZ E O ANALFABETISMO” monografia de Geraldo Xavier de OLiveira, sob orientação do Prof. Dr. Carlos Alberto Pereira Silva.
COMENTANDO O ARTIGO “HISTÓRIA, POESIA E CONHECIMENTO – ZÉ DA LUZ E O ANALFABETISMO” monografia de Geraldo Xavier de OLiveira, sob orientação do Prof. Dr. Carlos Alberto Pereira Silva.
Este artigo trata de reflexões do autor sobre a obra do poeta itabaianense (paraibano) ZÉ DA LUZ - “Cunfissão de Cabôco” e a desgraça do analfabetismo dramatizada em seus versos.
A propósito, o autor traça em seus comentários, o grave problema do analfabetismo desde a colonização portuguesa, passando pelo Império, alcançando os dias atuais.
Antes podiam votar os analfabetos que tivessem bens expressivos. Depois abriram-se as porteiras para os votos do analfabeto como forma de manter as elites no poder.
O autor enfatiza que tudo que se fez para diminuir o analfabetismo foi muito pouco; e isso pode ser constatado pelos atuais índices de instituições oficiais, baldados esforços dos nossos maiores educadores Anísio Teixeira, Paulo Freire e Darcy Ribeiro.
Mais adiante, o autor coloca o poeta Zé da Luz e Patativa do Assaré como transeuntes ‘nas várias formas de expressar-se em versos’. Em seguida, explica a poesia matuta como ‘as consagradas na cantoria e no folheto (,,,), o galope, o verso de sete sílabas’ que podem ou não ser utilizados na poesia matuta (...) a poesia matuta pode ser recitada em ambientes onde prevalece a poesia erudita’.
Segundo o autor, Zé da Luz (Severino de Andrade Silva) nasceu em Itabaiana – Paraíba, em 29 de março de 1904 era alfaiate e faleceu em 12 de fevereiro de 1965, no Rio de Janeiro. Entre os grandes vultos de Itabaiana, além do Zé da Luz, estão Abelardo Jurema, Ratinho (da dupla Jararaca e Ratinho), o grande músico Severino Dias de Oliveira – Sivuca, entre outros.
A única obra de Zé da Luz, o livro ‘Brasil Caboclo’ (1936), teve uma segunda edição em 1946 e várias outras a partir de então, com o acréscimo de uma segunda parte.
O artigo que nos presenteou o nosso querido amigo, poeta e historiador Geraldo Xavier de Oliveira, merece uma leitura apurada de tantos quantos admiram a poesia como forma do fazer artístico.
Este nosso comentário tem a intenção de louvar o grande trabalho realizado neste estudo em forma de artigo, mais uma contribuição importantíssima de Geraldo Xavier de Oliveira para a nossa Literatura, retratando um poeta seu conterrâneo e que merece todas as nossas homenagens.
Para não ser tão prolixo, indico aos estudiosos uma reflexão sobre este magnífico trabalho do querido e prestigioso poeta e historiador paraibano e nosso conquistense adotivo, Geraldo Xavier de Oliveira, deixando ao final, alguns versos do grande poeta Zé da Luz, que compõem seu trabalho de especialização histórica, muito bem orientado pelo Prof. Dr. Carlos Alberto Pereira Silva, da UESB.
“Cunfissão de Cabôco”
‘O cabôco chega à Delegacia e, diante da autoridade, começa a sua declaração. Ele diz do seu propósito:
Seu Doutô, sou criminoso,
Sou criminoso de morte.
Tou aqui prá mi intregá.
Vosmicê fique sabendo:
- Quando a muié traz a sorte
De atraiçuá o isposo
Só presta prá se matá.
Nunca pensei, seu Doutô,
Qui a mão nêga do Distino
merguiasse as minha mão
no sangue dos assarcino!
Vou li pidi um favo
ante de Vossa mercê
mi butá daqui prá fora:
- É a licença do Doutô
pr’eu li contá minha histora.
E aí o poema segue. Por isso vou deixar para que os leitores procurem o autor Geraldo Xavier de Oliveira, que é poeta, historiador e defende tese de especialização, já que é graduado em História pela nossa UESB.
Registro meus parabéns pelo belo trabalho, muita saúde e vida longa para meu querido amigo e confrade, grande literato, acadêmico Geraldo Xavier de Oliveira.