MEMÓRIA EM PAUTA
MEMÓRIA EM PAUTA
BETO MACHADO - 17/08/11
Domingo passado, Dia dos Pais, recebi uma jóia rara. Meu filho Rafael me presenteou com um livro de ninguém menos que PAULO CESAR PINHEIRO, História das Minhas Canções. De todas as explanações sobre as canções a que mais me chamou a atenção foi a da OBÁ DE XANGÔ de parceria com SÉRGIO SANTOS; muito mais que uma história. Um verdadeiro depoimento de quem realmente conheceu e conviveu com o gênio baiano de ABAETÉ , de ITAPOÃ e de todas as praias do BRASIL, DORIVAL CAIME. O autor relembra no seu texto, detalhes da memória de CAIME, que, em seus últimos anos, se esquecia de fatos recentes mas relatava, com precisa íntegra, fatos remotos, acontecidos na sua juventude ou infância.
Curioso, andei pesquisando sobre isso na web. As informações que obtive me preocuparam. Descobri que a lembrança minuciosa recheada de detalhes de fatos remotos e o esquecimento total de fatos recentíssimos pode ser os primeiros sintomas da aproximação do “ALEMÃO”, o Mal de ALZHEIMER.
Intuitivamente, decidi que o melhor exercício pra manter a minha memória trabalhando razoavelmente é mergulhar na leitura. Mas a consulta a um especialista é indispensável.
Em dezembro de 2010 descobri o RECANTO DAS LETRAS, uma mina literária, onde meu ego se abastece de prazeres proporcionados pelas mentes criativas de PAULO REGO, EDNA LOPES e muitos outros de cujas obras extraio o elixir que alimenta e mantem acesa chama da minha memória.
O tema MEMÓRIA deveria ser mais recorrente nas mídias do mundo inteiro. É nítido o aumento da quantidade de longevos no BRASIL e nos países emergentes. Mas a qualidade de vida deveria estar na proporção exata da quantidade.
E por falar em longevos quero mandar duas mensagens para um que é um ídolo nacional.
- Parabéns, ZAGALO, pelos oitenta anos completados na semana passada. Que Papai do Céu te dê muitos e muitos mais e isso nos alegrará.
- Que tristeza, ZAGALO, sentimos ao ouvir a tua fala em resposta a um ouvinte da rádio Tupi do Rio de Janeiro, que se propunha a devolver um dos documentos seus, levados por assaltantes numa madrugada carioca: --“Só a identidade não me interessa. Os ladrões levaram um montão de documentos”. Foi a fala mais infeliz que já ouvi de um ídolo. Essa ninguém tem que engolir. Foi um desserviço à solidariedade.
Se a produção do programa pretendia colocar o ouvinte no ar, abortou a idéia, de imediato. Imaginemos o estado de estupefação que ficou o âncora HAROLDO DE ANDRADE JUNIOR, que comandava o programa do FRANCISCO BARBOSA, em férias.
Mas nessa altura dos acontecimentos o povo brasileiro já esqueceu o deslise ou desculpou o nosso VELHO LOBO, até pelo que ele representa para o futebol mundial. Mas, como não posso confiar na minha MEMÓRIA, procuro sempre registrar e publicar. Mas não esqueçamos nunca da nossa MEMÓRIA.