Manifesto Literário de Agosto

O pós-tradicionalismo é uma reflexão vigorosa sobre o efeito desvalorizante da tradição. Sua essência contém um exame acurado das presunções modernas e pós-modernas que se omitiram quanto à presença obsedante do tradicionalismo. Não pode existir modernismo e pós-modernismo sem pós-tradicionalismo. Tal ênfase exime a maior profundidade diante da clareza lógica dos ciclos do pensamento atualizado. O mundo não comporta mais o passado extra-humano do mito à milanesa do próprio passado, ou seja, o passado não pode expropriar o presente contra a dignidade do novo. Confunde-se a memória experimental e os registros de sucesso prático baseado na experiência como sendo o total significado da tradição. Mas quando o tradicionalismo expropria o direito ao novo com regras da mais alta estupefação, fere a ciência da razão e perturba o direito pleno da capacidade criadora. Embaraça o encorajamento das buscas por caminhos livres e isentos do decadentismo sem recrescimento.

Em todas as áreas das artes sabemos do poder reconstrutivo, porém algumas se filiaram a manutenção da mesmice recozida sem tempero. O pós-tradicionalismo recomenda o abandono das regras fixa sublinhando pacificamente que a “educação é mais importante que a lei”. Para a lei robotizada os lobotomizados da educação vazia. Para a reconquista da humanidade e do humanismo o pós-tradicionalismo que reconsidera a modernidade abatida pela tradição. Estanque, tristemente viva na propaganda monocromática, seca, com idade mental de oito anos na maturidade noveleira. Despluralizada tradição monomaníaca de tristes monólogos coloridos artificialmente como cena mágica da consagração das lembranças.

O passado nasce, vive e morre para ser corrigido e redimensionado. A longiquidade cultuada é louquice que tende a viver falsamente uma espécie industrial de histeria jovializante. Comensal fábrica de rtardados pelo tempo agrário e agrafo.

O pós-tradicionalismo irretardável é irrejeitável porque compõe o verdadeiro colorido da sucessão lógica dos fatos nas consciências maduras. Querem os pós-tradicionalistas humanar dois pontos: passado e criatividade entreligados pelo presente radioso.

Portanto o pós-modernismo engoliu uma fase para se furtar da verdade diante da sociologia barata de jornal velho e regional. Jornal que consumiu o tradicionalismo como artigo de prateleira das famílias de prestígio. Já a pós-tradição é composta de riso livre para o resgate generoso da maioria sem distinção.

Viva o pós-tradicionalismo! Contra a tradição enviuvada da realidade sem discutimento. Viva o pós-tradicionalismo! Contra o desvigoramento da inteligência criativa!

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Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 18/08/2011
Reeditado em 22/08/2011
Código do texto: T3167206
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