A ETERNIDADE UM INSTANTE...

Uma chuva de estrelas fulgurou a nossa volta,em meio ao caos poéti -

co de nossas emoções.Prismas inesperados de química,atearam uma sin-

tonia de combustão,percorrendo um deserto de vontades.

Mas...éramos aves perdidas.Havíamos nos distanciado no vôo do de -

sencontro num labirinto de sensações para nada,lugar nenhum.

Naquela partícula de instante tudo o mais evadiu-se: Sons,vultos,

realidade.Meu coração debateu-se aflito na gaiola do peito.Vi seus gestos

comedidos,a lentidão na postura cadenciada de um predador.

A clareira do encanto interagiu à possibilidade antes platônica.Talvez

um conceito dispersivo amealhando gentileza e casualidade.Pude partilhar

do painel de matizes e espécies,num concerto intenso de cores,cheiros e

gostos.

Solenemente me embrenhei fascinada,por essas notas que a música da

alma entoa e encanta.Olhos de luar evocaram a dignidade do silêncio.

Pela janela do teu olhar eu espiei,debruçada na amurada da espera,

mas qual!Eis que veio o veto: Sucinto,regido pela batuta do temor que flui e reflui.

O véu do receio impediu a metamorfose dos sentidos.Então a solidão

retornou veloz pelos prados feito sentinela impiedosa.E ninguém nos

livrou da fera.

Nenhum de nós...

Laura Di Paula
Enviado por Laura Di Paula em 18/08/2011
Código do texto: T3167062