A ETERNIDADE UM INSTANTE...
Uma chuva de estrelas fulgurou a nossa volta,em meio ao caos poéti -
co de nossas emoções.Prismas inesperados de química,atearam uma sin-
tonia de combustão,percorrendo um deserto de vontades.
Mas...éramos aves perdidas.Havíamos nos distanciado no vôo do de -
sencontro num labirinto de sensações para nada,lugar nenhum.
Naquela partícula de instante tudo o mais evadiu-se: Sons,vultos,
realidade.Meu coração debateu-se aflito na gaiola do peito.Vi seus gestos
comedidos,a lentidão na postura cadenciada de um predador.
A clareira do encanto interagiu à possibilidade antes platônica.Talvez
um conceito dispersivo amealhando gentileza e casualidade.Pude partilhar
do painel de matizes e espécies,num concerto intenso de cores,cheiros e
gostos.
Solenemente me embrenhei fascinada,por essas notas que a música da
alma entoa e encanta.Olhos de luar evocaram a dignidade do silêncio.
Pela janela do teu olhar eu espiei,debruçada na amurada da espera,
mas qual!Eis que veio o veto: Sucinto,regido pela batuta do temor que flui e reflui.
O véu do receio impediu a metamorfose dos sentidos.Então a solidão
retornou veloz pelos prados feito sentinela impiedosa.E ninguém nos
livrou da fera.
Nenhum de nós...