Sem poesia, com amor.
Essa manhã li uma palavra estranha e seu significado era "sem poesia" e deu um estalo, algo fez sentido. E se o amor tão aclamado, admirado, cultuado e reverenciado dos poetas apenas seja assim... sem poesia? Se for suor, saliva, gozo e dor? Se o auge do amor for um arroto, uma flatulência, um escarro, um vômito ou a clássica...? Porque intimidade é isso.
Uma hora, um determinado estágio, no auge do amor, o dito par vai ser tão ímpar, tão grudado que vão se acompanhar até nessas horas. Amor também é a hora da doença. Amor também é beijar o amado assim que acorda. Amor também é acordar, escovar os dentes e ver no reflexo do espelho do banheiro algum clone despenteado e sem maquiagem da sua vaidosa amada. Até porque ser amado também é ser ofendido, é receber um elogio grosseiro, é receber gritos, palavrões, arranhões, talvez até uns tapas.
Porque amar é tudo isso. Amor é uma pessoa viver com a outra e não ficar encenando uma peça romântica inexistente e até repetitiva. Nos filmes, nos teatros, nos poemas ou em qualquer uma das sete artes, não se faz de bom grado a exposição dessa outra face do amor. Mas precisamos ter a consciência de que ela existe sim, e é linda! E olha que esses momentos que descrevi não são nada. Porque amor é um todo, é uma infinidade, porque amor é um todo que não há nas sete artes, é um tudo que cabe no beijo dos populares.
A palavra era Prosaico.