A CASA DA ANGELA
No domingo fui à casa da Angela. Um lugar encantador. Uma transversal íngreme e morro de mata em pleno Rio de Janeiro, perto de tudo. Um recanto do Rio inimaginável. Parece que se está fora da cidade. O prédio tem um bloco c/ estacionamento e umas poucas garagens, e feito de dois blocos em níveis separados. Da portaria se vê ao fundo os trenzinhos que sobem e descem em trilhos para o alto, é onde está o outro bloco. E o 1º. andar é o apartamento dela.
O apartamento é encantador todo ao cuidado dela. Banheiro c/ banheira, cozinha amarela, sala verde claro muito
aconchegante e o quarto dela. Tudo lindo. Dá quase inveja.
Mas na verdade é o lugar que é bucólico, com vegetação e árvores, jaqueiras e mangueiras a toda à volta. Nem se sonha que se está no centro do Rio. Engraçado, o mundo tem muita coisa bonita e interessante para se ver e viver. A gente nem se lembra de tantas possibilidades para ir ver e curtir.
Os dias são urgentes de resoluções do agora. Esquece-se de viver.
Mas, distanciada do encanto, o apartamento é Q/S/COZ/BAN e corredor. Só. Nem tem área de serviço e nem MQ de lavar. Ou seja, para viver o dia a dia ali é complicado e insuficiente.
Mas encantador isto é. E percebo: está associado a um tempo jovem de pernas para subir aquele morro, ajardinar e ser feliz. Que são coisas distantes.
No conjunto ali tem mais de trinta apartamentos, diversos no tamanho e arquitetura. Foram criados adaptando-se ao sinuoso morro da natureza. Isto também enriquece o conjunto. Pertencem a dois irmãos, um zangado e que não mora ali, e o outro afável, que uniu duas unidades fazendo uma moradia enorme e mora só. Herdaram do pai. Engraçado que eles não vendem nenhum imóvel, são todos alugados. E apartamento ali não fica nunca vazio. Interessante, aluguel mais condomínio é dois mil reais. Vezes trinta rendem mensalmente o mínimo de R$ 60.000,00 por baixo. Trinta pra cada irmão. Não vendem de jeito nenhum, só o aluguel. Uma paz organizada.