CRÔNICA DOS AMORES INTERROMPIDOS
 


 
Certas histórias amorosas são interrompidas na melhor parte. E, assim, permanecem idealizadas. Nesse espaço, onde impera o mundo fantasioso do "se", o amor tipo "Casablanca" deita e rola, e faz a festa dos românticos incuráveis.

Alguns escritores parecem especializados nesse estilo. Seus textos sempre deixam um gostinho de "quero mais". Talvez tragam a alma tatuada por esse universo de suposições. Tanta vida que poderia ter sido e não foi. O corte coloca em relevo o que não pôde ser consumado. Pessoas seduzidas parecem suspensas por uma linha preenchida por tudo que não viveram.

As lembranças reavivam o elo perdido da paixão. Nutrem o espaço fantasioso do vazio: herança dessas histórias em que o adeus não pôde ser dado e, mesmo que tivesse sido - como no filme "Casablanca" -, valeria apenas para fortalecer o vínculo partido.
 
Os escritores dessas entrelinhas interrompem suas histórias no melhor momento, como se confessassem, a contragosto, a sina de "Casablanca":


- Eu também não sei o que viria a seguir.





(*) IMAGEM: Google

 
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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 16/08/2011
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