Meu ódio
Nas curvas perigosas de uma vida mau compreendida, perde-se a chance de conservar o amor recebido. Adquiri-se o hábito de usar palavras rudes, expande-se o desânimo pelo corpo, alma e mente. Então torna-se implável a fúria alimentada por rancores e amarguras. Desfaz-se a idéia de que haverá recomeço e desacredita da hipótese de sentir eserança.
Nas palavras dolorosas de quem amamos, remoemos no peito o sentimento magoado como se fosse uma estaca cravada em nossos corações, desenhadas na parede da memória.
Doentemente sentimos o corpo, a se debater nas ondas violentas da vida, a se afogar no poço profundo do medo e do desamor.
Hoje eu sei que meu ódio não foi nada menos que amor traído, amor negado, amor incompreendido, rejeitado, desprezado, humilhado, um amor reprimido por palavras e ações.
O meu ódio foi isso, sendo assim não teve a intenção de ser ódio e sim de ser amor, mas a ele foi negado sublime chance e então revoltando-se transformou-se em ódio. E este vem corroendo minha alma como um cancêr a ponto de me fazer duvidar se ainda há alma em mim, ou se, perdi nessa doença maldita.
Agora eu fico a procua da cura, sem ao menos saber se ela existe, pois, aa cada momento que imagino que meu amor foi injustiçado, mais ódio sinto.