LEVAR POR TRÁS DÁ PRAZER OU DÓI?
Confesso que nunca fui ligado às questões políticas, econômicas ou de fofocas relacionadas à vida de famosos, ou mesmo de anônimos. Mas me propus, nas ultimas duas semanas, adquirir e ler um jornal diariamente. Confesso que não estou conseguindo concluir a leitura no mesmo dia, logo a leitura se acumula para dia seguinte, que acumula para o dia seguinte, e o seguinte... Mas é claro, Cada coisa absurda que estão impressas nele, e aos montes!
E olha que não faço nem questão de ler as páginas policiais (recorde em número de páginas em determinados jornais). Penso ser uma perca de tempo. Sei lá, tem tanta noticia ruim, tanta violência que se você ler estas páginas todos os dias, das duas uma: ou você vira um psicopata, ou se tranca em casa e não sai nem para jogar o lixo fora, porque uma hora ou outra o cérebro vai acabar assimilando tudo como verdades irrefutáveis: prender a mãe para poder comprar crack; roubar lojas (ou qualquer outro tipo de crime), afinal nossos governantes tem feito o mesmo, porém ao invés de usar armas de fogo, usam títulos do governo, que nós os atribuímos.
Esta noite tive vários pesadelos. Um deles me deixou desnorteado, e atribuo a culpa à minha sogra e ao jornal. Este por ter publicado, ela por ter lido me chamando a atenção. Uma criança de dois anos de idade violentamente assassinada ao ser lançada contra o chão e a parede. Tenho um filho, que amo muito, que completará dois anos no próximo dia 20. Vou mudar de assunto. Não quero pensar nestas coisas.
Ah, li também que Sandy tá bem saidinha... Quem diria? Mas não me admiro, desde pequenina ela já cantava coisas que, embora com a voz e personalidade infantil, arremetiam à sexualidade: Maria Chiquinha atrás da horta fazendo “o quê?” com alguém quem ela não disse para Genaro; Mariquinha que não queria abrir a porta para o marido que passou a noite na gandaia... Ela disse até que levar por trás dá prazer... Eu é que não quero provar.
Entretanto, na verdade o brasileiro parece confirmar esta fala dela, não no sentido físico, sexual, mas no sentido moral. Nas páginas de política e de economia falam o tempo todo sobre a crise econômica. Economistas, ministros, a própria presidente aconselham não gastar mais do que se deve. Em contra partida alguns deles não param de desviar verba pública. Eles ainda acreditam que caímos na falácia de “faz o que digo, não faz o que faço”.
Em um município vizinho (Vila Valério, ES) a Câmara dos Vereadores ficou fechada no período de festa junina, pois a maioria foi à Petrolina, uma das cidades mais festeira nesta época do ano, para participar de um curso. Talvez realmente tenham participado do tal curso, mas isso não justifica o gasto que a Câmara teve, em que praticamente dobrou o salário dos legislativos com pagamento de diárias. Apenas um ficou de fora, não porque é honesto ou pensa em conter despesas, mas porque o evento chocou com sua agenda, que já tinha um compromisso marcado para a data. Um deles disse que eventos como estes é enriquecedor. E de fato o é, para eles. Caso eu queira participar de algum congresso, seminário, curso ou algo afim, deverei me empobrecer financeiramente para enriquecer intelectualmente. Eles, ao contrário, podem não enriquecer intelectualmente, mas financeiramente não tenho dúvidas.
Nos ministérios ocorre maior swing, local aonde Sandy só não foi por medo de ser reconhecida e mal interpretada e, segundo ela, por ciúmes de ver seu maridão com outra. O que, aliás, não é o medo da presidente Dilma, que tem visto seus ministérios com outras. Ora porque os ministros se envolveram em escândalos ora porque, mesmo tendo boa reputação, falou o que não queriam ouvir.
No turismo estão fazendo desvio de verbas. Onde mais não está?
Turismo mesmo faz o dinheiro no bolso do trabalhador, que só leva por traz, e nem sei se sente prazer, como afirmou Sandy. Mas acredito que, se não dá prazer, também não dói, pois se doesse o povo já teria pulado para frente e se manifestado.
E falando em prazer são poucos os que sentem, outros nem usando o azulão (remédio para disfunção erétil), por falta de recurso, ao contrário do Zagalo. Será que teremos algum remédio desses para disfunção administrativa, econômica e política?