Acontecimento
Eu já andava sem nadica de esperanças de ainda encontrar um padrinho, ainda mais um padrinho de verdade, menos ainda ter uma madrinha.
Sabe, quando a sorte grande chega meio que escondidinha por entre os fatos e fotos? Bem andava eu peregrinando por entre os sites de poesias, meus prediletos.
Foi por lá que encontrei pelo meu tão prometido padrinho, prometido sim, pelo bom Deus. Imagine eu em pleno Amazonas e ele em Petrópolis no estado do R.J.
Postávamos nossos poemas e deixávamos os comentários para os mesmos, foi só afinidade, daí nasceu tão grande desejo de tê-lo como padrinho.
Quando vi que as coisas estavam se encaminhando, enviei uma proposta por e-mail.
Caro Gilson,
Desde que encontrei você no Recanto das Letras, nasceu em meu coração um desejo enorme de convidá-lo para ser meu padrinho de fato e direito, pois já és especial para mim. Então, o que me diz?
Bjss dessa candidata a afilhada.
Esperava ansiosa pela resposta, e um dia pela manhã quando abri meus emails, logo vi o seu de retorno que dizia assim:
-Estás aceita como afilhada e espero em breve poder batizá-la, valeu mesmo a espera daquele bendito email. Enfim me sentia a mulher mais sortuda do planeta, afinal nessa altura do campeonato já estava mesmo à mercê.
Em julho anunciei para o padrinho que iria passar uns dias em Paraty por ocasião da FLIP, e por Petrópolis ficar nas proximidades marcamos para nos encontrarmos lá para nos conhecer, e ele ficou de levar sua esposa, dona, Edite. Cheguei ansiosa naquela maravilhosa cidade, contava os minutos para ver meu padrinho que uma vez mandou uma foto sua por email, foi assim que vi pela primeira vez a sua imagem.
Logo no outro dia trocamos telefonemas e marcamos para nos encontrar, em uma ponte que liga o centro histórico ao outro lado do canal, ele disse que sua esposa estaria vestida com um casaco xadrez azul.
Fui logo cedo pela ciclovia, daí fiquei bem ao pé da ponte conversando com um artista plástico que residia em Paraty. Disse a ele que esperava por meu padrinho, até então virtual, falei sobre como nos conhecemos, e o rapaz disse que pagava para ver aquele encontro, estava animada com o assunto, mas de repente olhei para o alto da ponte, e em um grito anunciei; lá está meu padrinho, não enxergava mais ninguém e sai correndo para encontrá-lo.
Cheguei pertinho dele e fui logo dizendo,_ Oi padrinho, então nos abraçamos e em seguida ele me apresentou para sua linda esposa Edite.
Realmente acho que já devia ter conhecido ele em outra ocasião, pois tamanha era a afinidade. Logo me afinei com dona Edite e contei para ela que eu também não tinha madrinha e me adiantei perguntando se ela me aceitava por afilhada.
Ela respondeu que sim, agora eu percorria as ruas do Centro Histórico, devidamente envaidecida, agarradinha ao casaco xadrez e quentinho de minha madrinha, enquanto meu moderno padrinho seguia contente ao nosso lado.
Há alguns metros entre nós passava um homem alto que olhava sorridente para mim, certamente era o artista plástico que tanto queria ter o privilégio de ver aquele grande encontro.