O pé de pato

Lá pros anos de 88 ou 89 não me lembro, eu tinha de 15 para 16 anos. Estudava em uma escola municipal perto de casa e gostava muito de ir às aulas e principalmente do futebol na hora do recreio, das aulas de educação física e os jogos internos. Sempre fui um ótimo aluno e um bom atleta, pois não ficava de fora de equipe nenhuma, as de futebol, de vôlei, festival de poesias tanto que ganhei os dois primeiros lugares fazendo poesia.

Tínhamos uma turma boa, por muitos professores considerada a melhor turma da escola, éramos a elite. A escola era de ensino fundamental e a nossa turma era muito unida. Fazíamos graça, porém na medida certa e os professores eram ótimos.

Na cidade vizinha, Niterói, havia inaugurado recentemente um shopping e como estudávamos a tarde, eu e um grupo de amigos resolvemos matar aula e lá fomos nós para Niterói conhecer o tal shopping. Chegando ao centro de Niteroi fomos em direção ao empreendimento, atravessando o centro até chegarmos lá no shopping mais moderno de Nitéroi.

Fomos eu, o Oscar, o Matão, o Lucicley e o Zoião. E começamos a nossa aventura pelo templo de consumo,ficamos andando, andando, andando e olhando, olhando, olhando as lojas. Era tudo muito bonito e então, um dos gênios que estavam comigo, teve uma brilhante ideia. Vamos até o último andar e vamos marcar quanto tempo nosso cuspe leva até chegar ao chão. Achei uma idiotice mas lá fomos nós. Não precisa dizer que quase acertamos algumas pessoas lá em baixo não é? Depois disso continuamos a nossa jornada...

Passando em frente a uma loja de eletrodomésticos outro amigo viu um aparelho interessante e soltou essa pérola:

-Olha que televisão maneira.

Eu olhei e educadamente falei:

-Isso não é uma televisão, ANIMAL, é um micro-ondas!

Foi risada até o fim do dia, depois de tanto andarmos, resolvemos ir embora e fomos a um antigo parque perto da Sandiz uma antiga loja em Niteroi onde fica hoje outro shopping a beira-mar. Havia um parque onde havia umas quadras e nós levávamos a nossa companheira inseparável dentro de uma mochila a bola de futebol e resolvemos bater uma bolinha, porém não foi muito animado o tempo estava escuro e parecia que iria cair um toró. Resolvemos jogar somente um pouco. Havia uma praia também e o tempo apesar de chuvoso não estava frio, porém a água não era uma limpeza total, mas os meus amigos corajosos foram nadar, bem, pelo menos dois deles.

Zoião e Matão pularam com muita vontade... Lá foram eles depois de alguns minutos volta um e depois o outro, porém o fato interessante nisso é que o Zoião não tirou o kichute, uma espécie de tênis todo preto, e saiu da água parecendo usar um pé de pato. Ganhei o dia com aquilo, nós não parávamos de tanto rir. Aquele dia de matança de aula foi muito bom. Inesquecível.