O QUE VOCÊ FARIA?
A história é assim: a moça, depois que sua mãe lhe forneceu pistas acerca de seu pai biológico na adolescência, já que estava desconfiada de suas diferenças em relação aos irmãos resolve, aos 22 anos, investigar suas origens e sai em busca dele, quer conhecê-lo. E descobre que seu pai biológico é diferente daquele “garanhão italiano” que sua mãe havia lhe descrito. Encontra um travesti.
Esse é um assunto sobre o qual a vida me ensinou a não fazer julgamentos, no entanto, há uma comichão inseparável e própria de cada um em comentar. As melhores maneiras, eu acredito, de não sair por ai fazendo julgamentos condenações e absolvições ou ainda ficando em cima do muro é, primeiro: não tenho nada que me meter com a vida alheia; segundo: pimenta nos olhos dos outros é refresco e; terceiro e mais importante: não alimentarei preconceitos e nem sairei por ai me arrogando como dono de alguma verdade. Quando a alteridade se instala (ou nós mesmos a instalamos) com toda a sinceridade possível, aplacamos nosso ímpeto acusatório ou julgador; de algoz, condescendente ou omisso, não é mesmo? Então meu comentário passa a ser: E se fosse comigo?
Normalmente, com notícias engraçadas, inusitadas, escandalosas, ou chocantes, costumo criar uma história paralela, falar da própria notícia ou fazer uma crítica bem humorada, tomando o cuidado de não ser agressivo, preconceituoso, radical, raivoso, sarcástico, nem mórbido. Aqui também devo me cercar desses mesmos cuidados para não correr nenhum risco de segundas ou terceiras intenções. Tive então a idéia de conversar com minhas duas filhas separadamente para obter a opinião delas sobre o episódio para colocar aqui como se fosse comigo. Portanto, ficou sendo um evento familiar e se elas manifestarem alguma idéia politicamente incorreta, é o retrato da nossa própria sociedade.
A mais velha deve ter acordado com uma TPM no dia da pergunta, que fiz logo cedo:
- E se fosse com você, filha, dá para imaginar qual seria a sua reação?
- Pai, isso é pergunta que se faça logo na hora do café da manhã? Eu sei lá, talvez fosse ficar procurando um chão pra pisar durante um bom tempo.
Já a segunda, mais debochada, soltou espontânea:
- Pai, desse tamanho todo, já pensou que hooooorrorosa você ia ser?
Esta situação inusitada serve de contraponto (sem debate) ao que tramita no congresso nacional acerca da adoção de filhos por casais homossexuais. Aqui a situação é inversa, a filha querendo adotar um pai (no caso, o próprio pai).
E aí, o que você faria?
Quer saber do fato todo? Então leia aqui:
http://www.meionorte.com/josefortes/ao-procurar-seu-pai-perdido-filha-encontrou-uma-travesti-112387.html
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DEIXO UM CALOROSO E FRATERNO ABRAÇO A TODOS OS PAIS QUE POR AQUI PASSAREM.