CHEGAR A DEUS. CINCO VIAS. O GÊNIO AQUINIANO.

Ao romper com a linhagem tradicional da Igreja Católica medieval, ancorada no pensamento platônico, Santo Tomás de Aquino situou-se na vanguarda de seu tempo. Sua obra, baseada nas idéias aristotélicas, contribuiu para a adaptação e sobrevivência da fé cristã paralelamente à nova mentalidade racionalista que se tornaria, nos séculos seguintes, o fio condutor da civilização ocidental.

Após uma longa preparação e um desenvolvimento promissor, a escolástica chega ao seu ápice com Tomás de Aquino. Adquire plena consciência dos poderes da razão, e proporciona finalmente ao pensamento cristão uma filosofia. Assim, converge para Tomás de Aquino não apenas o pensamento escolástico, mas também o pensamento patrístico, que culminou com Agostinho, rico de elementos helenistas e neoplatônicos, além do patrimônio de revelação judaico-cristã, bem mais importante.

Para Tomás de Aquino, porém, converge diretamente o pensamento helênico, na sistematização imponente de Aristóteles. O pensamento de Aristóteles, pois, chega a Tomás de Aquino enriquecido com os comentários pormenorizados, especialmente árabes.

São Tomás de Aquino,em italiano Tommaso d'Aquino, (1227-1274) nasceu em um castelo próximo à cidade de Aquino, Itália, de uma família nobre. Entrou cedo para a ordem Dominicana. Não se sabe com precisão os acontecimentos da sua vida. As universidades surgem no século XII, e elas começam a ter forte atuação e influência. Cria-se um ambiente cultural, nas capitais, em que irão atuar Alberto Magno e seu discípulo, São Tomás de Aquino. Há uma miscigenação cultural, pois os Sábios da Arábia vem para a Europa. São Tomás de Aquino entrou para a universidade de Nápoles, onde estudou filosofia. Sabia, falava e escrevia em latim fluentemente.

Escreveu um opúsculo quando ainda era jovem, O ente e a Essência, entre os anos de 1252 e 1253. Aborda questões metafísicas, explicando o percurso da consciência humana entre a sensação e a concepção. Diz: “o que cai imediatamente no alcance do saber humano é composto.” O homem se eleva do composto ao simples, do posterior ao anterior. A essência existe no intelecto. A substância composta é matéria e forma. A forma e matéria, quando tomadas em si, ou seja, sem o aparato do entendimento racional considerando-as, é incognoscível, mas existem caminhos para a investigação das possibilidades. O intelecto quando está isento da materialidade, desvela que nada pode ser mais perfeito do que aquilo que confere o ser.

São Tomás é famoso por ter cristianizado Aristóteles, à semelhança do que fez Agostinho com Platão, ele transformou o pensamento desse sábio num padrão aceitável pela igreja católica.

Apesar de Aristóteles não ter conhecido a revelação cristã, como diz Tomás, e de sua obra ser original, autônoma e independente de dogmas, ele está em harmonia com o saber contido na Bíblia. E Tomás aplica o pensamento de Aristóteles na teologia. No “Ente e a Essência”, ele comenta obras como a Física e a Metafísica. E as observações sobre Aristóteles vão permanecer em todas as suas obras. Além dessa influência podemos citar os padres da Igreja, o pseudo-dioníseo (mais cultura grega), Boécio e os árabes e judeus como influência.

Tomás de Aquino afirma que podemos conhecer Deus pelos seus efeitos, ele é o último em uma escala evolutiva, a causa de todas as coisas. Antes de Deus vem os anjos, e antes desses, os homens. Ele comenta o gênero e a espécie, que pertencem à essência, pois o todo está no indivíduo. A essência tem dois modos, um é dela própria, nada é verdadeiramente dela, senão o que lhe cabe como ela própria. A diferença da essência da substância composta e simples é que a composta é forma e matéria, e a simples é apenas forma. A inteligência possui potência e ato. Santo Tomás de Aquino é mais um que fala (como o fez mais tarde Espinosa) que a essência de Deus é o seu próprio ser. Concluindo, ele diz que há essência nas substâncias e nos acidentes.

Oriundo de uma família da pequena nobreza que pretendia beneficiar-se das vantagens de ter um filho abade, aos cinco anos foi oferecido como oblato - leigo a serviço de ordem monástica - à abadia de Monte Cassino. Em 1239 foi obrigado a voltar ao convívio da família, quando os monges foram expulsos pelo imperador. Enviado à Universidade de Nápoles, em 1244 ingressou na ordem mendicante dos dominicanos, criada cerca de trinta anos antes, que criticava a vida monástica tradicional em favor de uma prática de pregação e ensino.

Para subtraí-lo à influência da família, que desaprovava seu ingresso na ordem, e ao mesmo tempo possibilitar que continuasse os estudos universitários, seus superiores enviaram-no a Paris. Seqüestrado durante a viagem por seus irmãos, Tomás de Aquino foi encerrado por um ano no castelo de Roccasecca. Tendo resistido a todas as pressões para que abandonasse seus propósitos, foi finalmente libertado e rumou para Paris, ainda por troca de interesses de sua mãe mercenária.

Uma parte do livro “A Inteligência de Cristo”, cujo ápice são as cinco vias de São Tomás:

“Mas há uma iniciação para os aflitos da fé, um porto seguro legado pelo Doutor Angélico, simples e absoluto, claro e inquestionável que, pela notável singeleza, reduto que abriga a verdade racional incontestável, trouxe angústia e asfixia para os que se pensavam donos das verdades científicas inibidoras do transcendentalismo; os agnósticos.

Falo das cinco vias que demonstram a existência de Deus e movimentam o universo do questionamento dogmático indefinidamente.

Tomás de Aquino elabora a solução definitiva do impasse das relações conflitantes entre a razão e a fé. São dois pólos científicos: filosofia e teologia. A primeira alicerça-se no exercício da razão humana; a segunda, na revelação divina. Entenda-se por revelação divina, como esclarece o excelente dicionarista Houaiss, no verbete “teologia”, o “ato pelo qual Deus fez saber aos homens os seus mistérios, sua vontade”; “conhecimento súbito e espontâneo, brilhante e oportuno, inspiração como que divina; lampejo, iluminação.”

São duas ciências autônomas, portanto, que apresentam, às vezes, o objeto material comum: existência de Deus, fundamento da alma e conseqüências versantes e afins. A distinção está mais no objeto formal, logo que teologia estuda o dogma pelo método da autoridade ou revelação, ao passo que a filosofia o considera por demonstração científica ou pela razão.

A revelação ou “ato pelo qual Deus fez saber aos homens os seus mistérios”, se demonstra também pelo lado material através da racionalidade, e com sobras. Como se explicam as aparições da Virgem Maria, autenticadas pela Igreja Católica, fenômenos com rigor analisados pelo Vaticano que sempre os recusa? É a essência que se revela como forma, materializando-se, revelando-se. Citamos somente os fenômenos de Lourdes, de Fátima, da Rue du Bac em Paris, onde N.Sra. Das Graças surgiu para a Santa do Silêncio, Santa Catarina Labouré, mandando que ela transmitisse sua mensagem para que fosse cunhada a medalha milagrosa.

Como se explicam os corpos íntegros de vários santos exumados, onde não houve corrupção da matéria, sepultados em terrenos das mais diversas composições químicas, inexistindo explicação científica. Somente para citar um desses fenômenos, entre muitíssimos, citamos o corpo hígido, íntegro, de Santa Catarina Labouré, visível na Igreja da medalha Milagrosa na Rue du Bac, com as pupilas azuis e os membros que se movimentavam muitos anos após seu sepultamento, quando da exumação, sem nenhum tratamento químico como avaliado profundamente pela ciência.

Assim, teologia e filosofia não se põem em conflito, ambas procuram a verdade e esta é uma só. A revelação é critério da verdade teológica. No caso de uma contradição entre a razão e a revelação, o erro não será nunca da teologia, mas deve ser atribuído à filosofia, pois nossas limitações cognoscitivas racionais desviaram do objeto e não realizaram a verdade.

A teodicéia é a especulação filosófica para provar a existência de Deus, justificativas diante da presença do mal no mundo, defendendo a crença na existência da bondade originada em Deus em oposição aos que duvidam de sua existência e perfeição. Tomás de Aquino ensina nada estar na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos, e a inteligência do Cristo deixou claro para todos o grau máximo dos sentidos, do que ninguém discorda; o amor. Pode alguém dizer algo em contrário?

Por isso não concebemos de forma clara e distinta a idéia de Deus. Não abordamos pela faceta dos sentidos, da inteligência. Para provar sua existência, Tomás de Aquino elabora e constrói, partindo não da idéia de Deus, mas dos efeitos por Ele existentes no mundo visível. Assim, elege o mundo sensível como ponto de partida, cuja existência é dada pelos sentidos e utiliza a metafísica aristotélica, revelando o seu gênio sintético ao demonstrar a existência de Deus de cinco modos, que são as famosas cinco vias, que assim se resumem:

Primeira – Via do "Movimento"- É o argumento do estagirita Aristóteles da existência do primeiro motor, “primmum mobile imotum”, que abordaremos adiante. Impõe-se aceitar uma infinita ordem sequencial de seres que se movem, movendo por sua vez outros seres, só existindo o “primeiro motor”, concepção aristotélica; logo, é preciso chegar a um motor inicial que mova sem ser movido. O movimento existe e é uma evidência para os nossos sentidos; ora, tudo o que se move é movido por um outro e antecedente motor; se esse motor, por sua vez, é movido, precisará de um motor que o mova, e, assim, sucessivamente, o que é impossível se não houver um primeiro motor que move sem ser movido, que é Deus; força maior do amor.

Segunda –Via da "Concatenação das Causas"- Tudo tem origem na lei de causa e efeito; não há efeito sem causa. Há, pois, uma série de causas eficientes, causas e efeitos, ao mesmo tempo; ora, não é possível regredir indefinidamente na série das causas; conclui-se haver uma causa primeira, não causada, que é Deus.

Terceira - Via da "Contingência"- Todos os seres que conhecemos são finitos e contingentes, não são existentes por si mesmos, não têm em si próprios a razão de sua existência, são e deixam de ser; ora, se são todos contingentes, em determinado tempo deixariam todos de ser e nada existiria, o que é absurdo; logo, os seres contingentes implicam o ser necessário, ou Deus. É preciso que sejamos “audire”, ou seja, ouvidos e não “absurdos”, do latim surdos à lógica.

Quarta - Via dos "Graus de Perfeição"- Todas as perfeições ensejam patamares, graus de maior ou menor perfeição, mais ou menos vizinhos das perfeições absolutas. Há, por conseqüência, um ente sumamente perfeito, o primeiro que dá mobilidade a todos os movimentos e perfeições maiores ou menores à criação; é o ente supremo - Deus.

Quinta – Via da "Ordem Universal"- Todos os entes tendem para uma ordem fundamental, principal e universal não por acaso, mas pela precedência de uma inteligência que os dirige; há, assim, um ente inteligente que ordena a natureza e a impele para o seu fim. Esse ente inteligente é Deus.

Desses conceitos por nós sintetizados, conclui-se quanto podemos conhecer sobre a natureza e os atributos de Deus. Deixa claro, contudo, Tomás de Aquino, tratar-se de um conhecimento imperfeito; sabemos que "Deus é", mas não "O que é".

Chegar-se ao “o que é” seria avançar-se na forma sem conhecer a matéria formadora.

Apesar disso, podemos compreender que Deus é eterno, por ser primeiro e infinito, onisciente por ser a “primeira causa”, onipotente e, em suas relações com o mundo, Criador e Providência.

A doutrina tomista acata a alma, princípio espiritual, unida ao corpo, princípio material, formando um composto substancial. Assim, tem uma alma as plantas, é a "alma vegetativa", com funções de alimentação e reprodução; nos animais, é "alma sensitiva", com as funções anteriores, mais sensação e mobilidade; finalmente, o homem com todas as funções anteriores, mais a racional com o dom da inteligência onde o livre arbítrio se destaca.

O venerável São Tomás reputa a inteligência como a faculdade mais perfeita de nossa alma. A inteligência do Cristo mostrou pelos sentidos o gesto da doação como o caminho para o Reino dos Céus, o que pode ser encontrado ainda pelos sentidos em nosso interior no plano terreno. E assim ratifica e nos trouxe Lucas:

“Reino de Deus, respondeu-lhes Jesus questionado onde se encontrava: [O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós.] (Lucas 17:20-21).” Esse é o Reino de Deus que nos aponta Cristo; está entre nós e em nós, em nosso interior, em nossos sentidos, se manifesta dentro do coração daquele que se ordena e a seu intelecto com sinceridade e mesmo critérios lógicos.

Adequou Aquino a filosofia de Aristóteles, como antes referido, aos princípios cristãos através da Ética. Assim, a Ciência Ética é o "movimento da criatura racional para Deus".

Tomás de Aquino é considerado o maior artífice da “Escolástica”. Criou um sistema filosófico sintético, coerente, fundamentado em Aristóteles, e reformulou todo o pensamento cristão.

O destaque de Aristóteles e sua importância bem como projeção no mundo do pensamento em geral, se prende a que praticamente sem precursores, com sua exclusiva potencialidade cerebral, pode-se dizer, com sua acuradíssima inteligência, invulgarmente privilegiada, criou uma ciência nova que a tudo orienta até hoje - a lógica. É um marco decisivo para a investigação em geral afastando maiores e frequentes erros.

Se Aquino firmou as cinco vias, deve em grande parte sua dialética ao eminente filósofo grego, primaz da ciência filosófica em suas importantes e futuras influências, sendo quem reforçou Tomás de Aquino a dar um gigantesco passo para a humanidade em relação à fé sob uma visão racional. Daí ser imperativo, neste trabalho, por todos os motivos, alinhar sua posição face à metafísica e à natureza de Deus. Sua metafísica nasce de sua biologia.

Segundo Aristóteles tudo neste mundo é movido por um impulso inicial, íntimo, transformando-se em algo maior. Tudo é forma, é realidade que foi desenvolvida de outra coisa precedente que era matéria, a substância inicial formadora, a origem do posterior gerada pelo anterior. Cada coisa seria por si matéria que irá se desenvolver e tornar realidade e forma mais elevada. Estamos no terreno da interpretação filosófica para a elevação, frise-se, assim devem ser guardadas as proporções do “tudo se transforma” que não realça especificidades, já que gênero da mudança em geral. É importante registrar.

A forma é o veiculo da matéria em sua maior abrangência, é o resultado final, a realidade última da matéria. A forma decorre da força que lhe dá a matéria, modela a mesma, e tem, portanto, como pressuposto, a necessidade e o movimento que definem o modelo, a forma. Não é assim, contudo, só forma exterior, pois incorpora a origem. A natureza é o constante modelo formador da matéria, pode-se dizer: é a conquista da vida, mutante e permanente. É o substantivo e o adjetivo, o motivo do processo e o processo, o projeto e sua execução.

A matéria pode e deve ser eterna por ser a tranqüila possibilidade de futuras formas, tendo, porém, a matéria, deixado desde a investigação filosófica, a invariável, angustiante e exaustiva indagação de quando e como começou este processo vasto de movimentação e formação

A inação ou parcial e defeituosa ação traduzida em erros e inutilidades que se podem avistar na natureza, têm como causa eficiente a resistência da matéria em absorver ou absorver mal a força modeladora buscando a forma. Trata-se de equação irrespondível.

São Tomás é conhecido por ter entronizado Aristóteles no cristianismo da mesma forma que Santo Agostinho fez com Platão. Tornou aceitável pela igreja católica o pensamento do filósofo. Apesar de Aristóteles não conhecer a possibilidade cristã na sua revelação, sendo “sui generis” sua obra, ela se coaduna com o conteúdo bíblico.

Tomás insere os fundamentos de Aristóteles na teologia. As referências sobre Aristóteles estarão em todas as suas obras. Tomás de Aquino, como assentado, afirma que podemos conhecer Deus pelos seus efeitos, ele é o último (primeiro em digressão) em uma escala evolutiva, a causa de todas as coisas. É a metafísica aristotélica baseada na biologia.

Sua convicção é contrária à doutrina agostiniana (Santo Agostinho), que pretendia ser Deus conhecido imediatamente por intuição (voluntarismo). Tomás sustenta que Deus não é conhecido por intuição, é conhecido unicamente por demonstração, pelos conseqüentes efeitos da criação e seus movimentos em seguimento. É fruto do racionalismo a investigação e sua conclusão pela existência baseada nas causas eficientes e seus resultados.

Esses princípios aristotélicos que declino encontraram a grande indagação do filósofo: como começou o movimento? “O movimento teve sem dúvida uma origem”, diz Aristóteles. E é enfático no sentido de que se não quisermos recuar sem fim temos de admitir um primeiro motor. E se convence da existência de um “ser incorpóreo, indivisível, sem tamanho, sem sexo e sem sentimentos, imutável, perfeito e eterno”, um primeiro motor imóvel, “primum mobile immotum”

Era o Deus imóvel de Aristóteles. Movimentaria o mundo seu Deus através do amor, sob esse conceito que emitiu: “Deus move o mundo como o objeto amado move quem o ama.” Aquino tira o Criador dessa imobilidade que era só essência para Aristóteles dando vida à sua própria lógica.

Chegamos assim ao fim maior da existência da primeira causa que está entre nós por força do primeiro motor, do “actus purus”, criando o homem, a quem Deus conferiu a compreensão para receber o ensinamento e recusar o mal, o egoísmo, pai de todos os males e de grande força negativa, ensinando a caridade e o amor através de seu filho Jesus, por sua vontade tornado humano. Assim fez para cingir a mensagem sonante e forte através dos tempos sem a necessidade de ser escrita, apenas na oralidade de sua superior inteligência e por ela prometendo a casa de seu Pai, o Reino dos Céus, àqueles “pobres de espírito”. Era assim o primeiro grande movimento que não se confunde com criação de amebas na teoria darwinista, respeitável, mas aceitando Darwin outros espaços no seu agnosticismo.

Costumo dizer que o óbvio, de primária constatação, é pouco notado ou evidenciado. É fato patente e de superficial observação. Mas mesmo a obviedade passa por um processo crítico-analítico como tudo que ocorre no mundo em seus movimentos de causa e efeito.

E nesse sentido, damos a palavra a São Tomás: “Por outro lado, a alma é imortal, pois é imaterial, e tudo que é imaterial é imortal.” Aí está a obviedade que nada tem de desconhecido nem é metafísica, nem hipótese, que na ciência da lógica é aquilo que não é, que seria, se fosse. Não estamos nesse campo, mas no da evidência em lógica, que encerra a certeza; tudo que é imaterial é imortal. Só a matéria sofre transformação por extinção de uma espécie em outra. Força é deduzir que o pensamento, a alma, é imortal por ser imaterial. Não pertence a este mundo que abriga a materialidade.

Para Tomás, o conhecimento passa por vários graus de abstração cujo objetivo é conhecer a imaterialidade. O primeiro esforço da função abstrativa consiste em considerar as coisas independentemente dos sentidos e da noção que tiramos deles. O segundo esforço consiste em considerar as coisas independentemente das qualidades sensíveis. No terceiro esforço temos que considerar coisas independentes de seus valores como matéria. Assim chega-se ao objeto metafísico, que é imaterial, espiritual, enfim, imortal."

Do livro "A Inteligência de Cristo".

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 11/08/2011
Reeditado em 11/08/2011
Código do texto: T3154394
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