Eu não quero ser essa coca cola toda!
Linda a propaganda “Mãe você é essa coca cola toda” que veiculava nas telas televisivas.
Eu, louca para protestar em letras gigantescas, porém sem tempo.
Não vi mais a bendita, contudo quero reclamar mesmo que atrasada (pode ser que em 2012 eles resolvam veicula-la novamente): Eu não quero se essa coca cola toda!
Não quero ser como mãe e tão pouco como mulher!
Porque me igualar a um líquido de uma garrafa que simboliza a globalização?
A uniformização de ideais e de atitudes não está nos meus planos.
Quero estar vestida nas raízes brasileiras, na cultura do meu povo. E não me importa que digam que sou antropocêntrica.
Assim sendo, eu aceito ser um arroz com feijão, uma feijoada, um pão de queijo, um vatapá ou mesmo qualquer outro prato que sustente a cultura nacional e que acrescente nutrientes ao nosso corpo.
Ser refrigerante de marca famosa e gosto consagrado que pouco favorece a saúde de nosso corpo para quê?
Para estar na moda e ser badalada?
Ser mulher e principalmente ser mãe é muito mais que ser um líquido gelado e refrescante descendo pela sua garganta. Vai além do que representa esse refrigerante no mercado mundial e mesmo no mercado brasileiro.
Que me perdoem os amantes da coca cola e os autores dessa propaganda! Todavia, eu tenho o direito de não aceitar ser uma bebida que a população pobre quase não tem acesso (eles são obrigados a se contentarem com o genérico!).
Ser mãe é sublime! É um universo!
Existe mãe milionária, mãe rica, mãe de classe média, mãe pobre e mãe paupérrima. Independentemente dos locais onde elas possam estar ambas professam idênticas linguagens: A linguagem do amor!
Não há rótulos ou marcas para as mães e tão pouco para as mulheres.
Valorizadas ou desvalorizadas elas possuem o eu particular que ultrapassa qualquer conceito ou símbolo de markentig.
Então, volto a repetir: Eu não quero ser essa coca cola toda!
E como estamos em um país democrático onde todos têm o direito de veicular na televisão propagandas com mensagens diversas, reservo-me no meu direito de discordar de qualquer propaganda que veicule uma mensagem que considere inadequada e imprópria.
Portanto, deixo registrada a minha crônica de protesto!