PAPO CABEÇA
 

Já dizia não sei quem :  a vida é curta, mas a verdade alcança longe e vive por muito tempo. Por este prisma,   se  a vida é curta, que se repita a máxima: primum vivere, deinde philosophari  (primeiro viver, depois filosofar). Coisa que não é fácil, o homem é um  ser  inquieto, questionador e perplexo diante da vida  e uma vez cercado pelos problemas , pelo mistério e tomado de consciência de sua dignidade pensante, indubitavelmente é levado a filosofar na busca  de respostas, só que a filosofia procura sempre resposta a perguntas sucessivas, objetivando atingir, por via diversas, certas verdade gerais, que põe a necessidade de outras. Daí aprendemos com os mais sábios,  que desse processo se é tomado pelo impulso inelutável e nunca plenamente satisfeito de penetrar, de camada em camada, na órbita da realidade na qual se situem o homem e o cosmo.

Complicado? Nem tanto. Explica o  falecido professor Reale em Filosofia do Direito que, quando se passa a estudar Filosofia fica à primeira vista, desapontado, quando não cético, por encontrar um tumultuar de respostas, uma multiplicação de sistemas e de teorias, que nos leva a indagar: por que estudar Filosofia, se os filósofos jamais logram se entender? Qual a vantagem  ou a utilidade da Filosofia, se os maiores pensadores nunca chegam  a concordância sobre pontos fundamentais?  Mas é ai que reside exatamente a grandeza e a dignidade do saber filosófico, sem que resulte comprometida a sua pretensão de ser ciência rigorosa.
 

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 11/08/2011
Reeditado em 11/08/2011
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