O amor..., dos sentimentos, o ouro.
Num bairro afastado, quase periferia, de uma grande cidade, estava eu a esperar por uma pessoa amiga e vi, bem junto a mim, parar um limosine do qual saltou uma mulher de modos finos e vestes que eram verdadeiros contrastes com o local.
Olhou, como se estivesse a confirmar um endereço e chamou por alguém que se encontrava no interior da referida casa e que atendeu, tão logo.
Era também uma mulher, que foi de pronto questionada pela visitante: que houve "amiga" e o que te fez vir parar aqui nesse bairro distante e num casebre, deixando pra trás, mansão, carros, clubes, vida social ativa, luxo, conforto e segurança financeira?
Muito simples, há alguns anos eu deixei pra trás um ser que me amava loucamente, atencioso, cheio de cuidados e carinhos, mas, que a minha cega ambição me fez trocar por tudo isso que acabastes de citar.
Acontece que tudo isso tem me custado um preço cruel e que não tenho me sentido mais em condições de pagar.
A solidão em meio a tudo isso, me fez ver a ilusão que se sobrepôs ao encanto, até que me senti sufocada e saí desse mundo de interesses, onde a falsidade impera e o amor se ausenta, por não compactuar com tamanha e verdadeira mentira e vim pro mundo real, respirar ar puro, sentir cheiro de gente, de suor, ver faces nuas, sem cremes importados, poder notar em novos semblantes, sinais vivos de alegria e tristeza, preocupação, ódio, amor ..., mas, acima de tudo, verdade.
E como o acaso é abundante em bondade, depois de algumas ruas e praças, eis que fui surpreendida pelo que me fez mudar de vez para esse casebre, um homem apaixonado ainda e sincero, um par de lágrimas cheias de emoção, um botão de rosas e a reafirmação de que a única coisa que havia mudado, por conta do tempo, foi o AMOR, que agora era bem mais convicto e muito maior.
Diante de tanta verdade, em meio a sentimentos tão únicos, especiais e tão meus, rendi-me e aqui estou, vivendo e celebrando, ainda que num casebre, um dos mais lindos casos de amor, pois aqui encontrei, sem a força do dinheiro, o que pensei não existir . . .,
A F E L I C I D A D E E O A M O R.