OLHA A POLÍCIA!

Quero ser apolítico, mas não posso!
Vivenciar o momento atual e calar é crime maior do que os que estão sendo praticados.
Saber que um país abençoado por Deus, pleno de riquezas impensadas, de terra fértil, de imensas florestas, de mananciais exuberantes, de clima variado e raramente hostil,
país que desconhece o horror dos terremotos, dos "tsunamis", dos ardentes vulcões, dos furacões avassaladores, mas que, miseravelmente, há séculos vem sendo dilapidado vergonhosamente, causa uma tristeza sem par.

E não me venham dizer que a culpa é dos corruptores! Não, não é, não!
Se sem corruptos não há corruptores, devemos lembrar que a recíproca também é verdadeira.

O desmando, a incúria, o descalabro, como um câncer, já espalhou-se por todo o organismo social, em múltiplas metástases e o doente está em estado terminal.

Da mesma forma que um homem público, embolsando milhões, está cometendo um crime, também sobre aquele homem simples, que leva pra casa lapis e papel da repartição , pesa a mesma falta.

Quando numa sociedade a sua célula-mater é malignamente atingida, esse efeito se irradia, se expande e corrói todo o seu organismo. Diz-se, então, que a podridão é de raiz.

Exerço meu direito de voto há milênios. Sempre compareço, mesmo com o mau pensamento de que nada vai mudar,e como, grosseiramente, diz o dito popular;"variam os nomes, mas as moscas são as mesmas".

Não votei na presidente Dilma. Não afino com o ideário do seu partido. Mas devo confessar que estou absolutamente surpreso com seu desempenho até agora!
Assumiu o seu cargo, levando, como ônus a mais, o fato de ser a primeira mulher a conseguir tal feito e assumiu mesmo! Sem rodeios, sem submissões, independente e direta.
A diferença é flagrante quando a comparamos com seu sucedido, de cuja atuação o anedotário está cheio e que, lamentavelmente, continua ainda (e agora com tintas bem mais fortes) a cometer seus desatinos.

Sua postura ao discursar, mais do que altaneira, me lembra , fisicamente, o ditador Mussolini quando falava às massas; mãos fincadas na cintura, olhar de cima pra baixo, queixo grande e redondo apontado para o alto. Eu disse - fisicamente, por favor!

Estamos presenciando uma verdadeira devassa. São ministros, altos funcionários, dirigentes de diversos escalões, que, às dúzias, diariamente são demitidos dos seus cargos. Talvez devessem ser varridos do serviço público, por justa causa, isso o que penso.
A esta hora, com certeza, um milhão de ratos deixam seus navios, tremulos, tiritantes e vão procurar refúgio em outras plagas. Se não forem apanhados pela malha da justiça, torço para que escolham a Sibéria como toca.

Presidente Dilma, isto apenas arranha a casca da ferida. Olhe que o trabalho vai ser terrível e o risco a que se exporá maior ainda, mas continuar é preciso. Não só o Executivo, mas também os demais poderes terão que passar por limpeza geral e, mesmo sabendo do empecilho constitucional da "independência" sempre resta o princípio da "homogeneidade".

Resta, ainda, aguardar sua atuação, presidente, ao lidar com os problemas do Movimento dos Sem Terra, cujos desmandos e crimes sempre foram relevados (ou, pior, incentivados) pelo que a senhora sucedeu. Espero que seja tão firme como a que teve a coragem de enfrentar,pondo a mão num verdadeiro ninho de vespas.

Também fui servidor público federal e sei muito bem dos meandros que infestam as repartições e como diretor que fui, inúmeras vezes tive oportunidade de declarar: "Há um monte de servidores que fariam um bem enorme ao Brasil, se ficassem em casa ganhando o dobro do seu salário!"

Torço, senhora presidente, para que leve a bom termo esse corajoso procedimento, e que se aplique o mesmo tratamento às esferas estadual e municipal.
Talvez assim, eu até mude de ideia com respeito ao modelo Cingapura.





paulo rego
Enviado por paulo rego em 09/08/2011
Reeditado em 12/09/2011
Código do texto: T3149315