CRÍTICA. SEU IMENSO VALOR.

Tenho sempre forte preocupação com o que escrevo, ao ponto de pedir para minha mulher, fina conhecedora da língua, fazer revisão de livro lançado para tirar vocábulos menos usuais e ficar ao alcance de todos, em que pese amigo, pessoa erudita, falando eu sobre isso, dizer: “não escrevo para analfabetos lerem”, com o quê não concordo veementemente. T

Trata-se de internet, muito maior a razão.

Por que falo isso? Recebi de um leitor crítica construtiva, conforme transcrevo abaixo.

mcdevel *

"Obrigado pelas informacoes.Como percebi que voce gosta de escrever, vou retribuir fazendo uma critica construtiva à sua forma pois, embora com informacoes uteis, fazia tempo que nao lia um texto tao confuso. Acho que voce precisa dar mais clareza aos seu post, eliminar as indirecoes e melhorar muito, mais muito mesmo a sua pontuacao. Controle tambem esta sua vontade de mostrar o seu alto nivel de conhecimento sobre o tema. Tente ser mais simples e escrever frases normais: Sujeito verbo e predicado. A literatura é para poucos. Bien cordialement. ps. Meu teclado é frances, sem todos os acentos."

Respondi para ele, na minha escrivaninha, já que não tenho seu email, sic:

"Agradeço seus comentários, estou aberto a recepcionar qualquer crítica, e gosto delas, ajuda a redirecionar, escrevo de forma inversa, é meu estilo, um pouco gongórico, não aqui que tento limpar bastante, mas estilo é estilo, prevalece, difícil fugir dele, agora quanto a conhecer, ou você conhece ou não conhece e, confesso sem pretensão, Paris conheço quase rua por rua, e o que coloquei são dez por cento do que conheço,e exclusivamente para informar. Fui mais de trinta vezes por lá embora goste de toda a Europa e tenha cidadania italiana, conheço tudo em detalhes, por puro gosto, principalmente artes. Obrigado por seu interesse, acho que gostaria de ler minha crítica sobre lusofonia que está no site, sou um interessado estudioso da lingua, já dei aulas de português, hoje não faço mais. A pontuação traz problema para a leitura de texto escrito em forma inversa, por isso a dificuldade do leitor.Saudações. Celso"

Só não concordo que haja confusão, o texto é claríssimo, talvez disfunção de apreensão compreensível.

Não posso deixar de mostrar “meu alto nível de conhecimento” como sou qualificado. Ou se conhece ou não se conhece, e com "teclado francês", ainda assim colheu proveito nas informaçòes, que são um nada sobre a fantástica cidade agora invadida, já foi bom ir lá, não é mais....

E conhecendo devemos passar o pouco que sabemos, e sobre Europa, do que conheço, nada passo, se fosse abordar história e artes, como adepto que sou da última, colecionador e com cinqüenta horas filmadas de reportagens por mim feitas nos centros de arte, aí sim, estaria mostrando meu conhecimento.

O texto é “PARIS E SEUS SEGREDOS, está às páginas 22 de minha escrivaninha, ou na página 2 de meus "textos mais lidos"com 170 acessos.

Não há como fugir de nosso estilo, é imperativo e impositivo. Se não me policiasse seria hieróglifo para o leitor convencional meu estilo. A irmã de meu genro, professora superior de português, lendo livro meu e elogiando, disse que teve que ir várias vezes ao dicionário, com toda a apuração para o simplório feita pela minha mulher.

Mas a crítica é revigorante para mim, e busco não fazê-la, principalmente de forma específica para quem escreve na internet, com a lingua espancada, nunca farei, só em gênero para que as pessoas melhorem suas formações.

Do mesmo passo que o “mc devel” diz que o texto é confuso, outros dizem que aprendem comigo o manejo da língua e que escrevo muito bem. Mas evidente que não mais preciso a essa altura da vida, após longa jornada de elogios, tais adjetivos, sua soma já me incomoda.

São posições contrafeitas, críticas e valiosas. Escrevo desde que nasci, e nasci no meio de dez mil livros na casa de um professor de português conhecido pelos jornais da grande imprensa como “O Principe dos Advogados Fluminenses”.

A crítica faz crescer a virtude, estimula o pensamento, edifica a reflexão, põe freios na verbiagem e finaliza no ato do dogma a conquista de algum saber.

A crítica se faz pelo elogio e pela reprovação, sob várias roupagens, algumas formais outras não, nestas incluem-se o aplauso e a vaia tão discutidos recentemente.

Para se afastar do erro, o espírito (conhecimento educacional) há de estar treinado para a absorção. Sem a aceitação da crítica o mergulho na abissal incultura se aproximará velozmente e não haverá saída de forma alguma do obscurantismo. É, pois, questão de escolha. Recepciono a crítica com galas e humildade, e agradeço.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/08/2011
Reeditado em 08/08/2011
Código do texto: T3147127
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