SANIDADE X INSANIDADE

O que podemos considerar como sinais de insanidade? Ser apenas diferente dos padrões ditados normais nem sempre quer dizer tratar-se de uma pessoa insana, incapaz de viver em sociedade fazer coisas cotidianas. Se formos nos analisar á fundo, perceberemos então que todos temos pouco, ou muito, de insano dentro de nós.

Existem várias coisas consideradas anormais pela grande massa, que são motivos de escape da rotina e dos problemas (o que realmente pode enlouquecer), para um determinado numero de pessoas. O melancolismo, por exemplo: parece a muitos de nós terrível a idéia de isolamento do mundo nas horas de dor, em que muitos recorrem a conselhos e ajuda externa, para, no silêncio da solidão, torturar-se com recordações dolorosas e insistir em dar ao problema proporções muito maiores do que ele realmente tem. Muitas pessoas se comprazem com esse hábito, e inconscientemente buscam constantes motivos de tristeza, simplesmente para seu sinistro deleite. Devemos considerar uma pessoa com esse hábito, insana?

Os grandes gênios de cada categoria já foram considerados como verdadeiros loucos por muita gente de sua época, por agirem de forma unicamente particular. Perseguir um sonho que a todos parece impossível, uma utopia, faz com que vejam o visionário com olhos críticos de "grandes psicólogos" formados na mesma e famosa faculdade "Palpiteiros da vida alheia".

Mas se Camões houvesse desistido de escrever suas liras por estar à margem da sociedade, muito pobre e desconsiderado, não seria ele hoje o maior criador renascentista português.

Se todos do mesmo modo expressassem suas emoções, utilizassem do mesmo método de fuga, não seria necessária a existência de tantos seres humanos no mundo, poderiam existir apenas os góticos, ou apenas os gênios estudiosos "nerds" vulgarmente apelidados, talvez apenas os religiosos, ou quem sabe só os sadomasuquistas. O mundo seria apenas uma grande etnia, ou melhor, não seria, pois sem as loucuras particulares de cada um, não existiriam etnias.

Embora a insanidade alheia pareça muito mais insana do que a nossa, devemos pensar que o ser alheio com certeza considera a nossa insanidade total loucura perto do pequeno custumezinho dele, o que nem sempre é percebido, pois em uma coisa quase todos nós somos iguais, encobrimos nossos defeitos, para ressaltar o erro do outro.

Mas não caia nesse golpe da sórdida mente humana, olhe dentro de você e procure sua ponta de insanidade, eu tenho a minha, e sei muito bem que a sua está ai, em algum lugar em seu inconsciente, e se você ainda não a descobriu, cuidado, ela pode estourar a qualquer momento.

Lyah Turek
Enviado por Lyah Turek em 10/12/2006
Reeditado em 14/06/2009
Código do texto: T314545