Tesão por ler
Há poucos dias li, no mamãenapontaverde.blogspot.com , um texto com fotos que mostram o ator Matthew Broderick e seu filho; ele carregando a mochila de escola do pequeno, enquanto lê um livro “Mr. Tickle, parte da série Mr. Man and Little Miss”. Sei que não é bom para a vista fazer leitura em movimento. Amigas minhas falam que sentem tontura, dor de cabeça se ficam concentradas lendo em transporte em movimento. Os oftalmologistas que sabem o que deve ou não e o bom senso também deve ser considerado.
Tesão mesmo por ler tem um senhor, de seus 45 ou 50 anos, que passou a fazer caminhada de uns seis meses para cá, no mesmo horário que caminho, ou seja, às cinco da matina.O estranho é que ele lê enquanto caminha. A princípio pensei que fosse estrangeiro. Por inúmeras vezes tentava descobrir se ele lia mesmo, se mudava de livro, quando começava outro e minha curiosidade ia, cotidianamente, sendo aguçada. O homem já havia percebido que eu o observava, ou melhor, observava o livro que conduzia e olhava para mim com um “rabo” de olho e às vezes eu ficava desconcertada. Minhas amigas de caminhada também passaram a tentar descobrir os títulos dos livros. Um dia uma me fala que conseguiu ler “Casei com...”. Agradeci. Outro dia descobri “1808”. O leitor já estava tomando forma por suas preferências. Observei que vinha quase sempre prevenido, nesta época em que o dia nasce com o horizonte limpo e , de repente, o vento traz algumas nuvens e chove. Ele caminhava com um guarda-chuva pendurado no braço, creio que para proteger mais o livro do que a ele. Um dia a chuva cai de repente e ele, desesperado, põe o livro debaixo da camiseta; não sei se conseguiu deixar de molhá-lo. A vida segue. Andando com outra amiga, mas que não caminha com meu grupo, encontro-me com o tal homem, e para não variar, lendo. Falei que supunha que ele “não batia bem”, porque nunca vi alguém se concentrar em duas coisas ao mesmo tempo. O caminhar exige concentração, já que o calçadão tem irregularidades, muita gente anda e tem que se desviar etc. Não sei como consegue. Para minha surpresa ela conhece o senhor e disse-me que era viciado em ler. Não quis saber mais nada, até porque minha curiosidade era só sobre os livros e o ato estranho.
Sei que leitura para algumas pessoas é um alimento bom para a alma. Já virei noite lendo livros de Robin Cook, por exemplo. Suas tramas em “Coma”, "Médico ou semi deus”,” Febre”, “Contágio” e outros me envolviam, mas não ao ponto de fazer duas coisas que merecessem concentração,ao mesmo tempo. Minha motivação tem um limite, mas já vi que há gente com tesão por ler, sem escolher o local.
Creio que os livros que o leitor caminhante lê são atraentes. Não conto às vezes que fico “emperrada” na leitura de algum e tento, com dificuldade, ir até o fim. Alguns pedem reflexão e outros de suspense estimulam que se queira descobrir as saídas. A busca por leitura em livros depende muito do momento em que estamos vivendo. Há épocas em que estamos fazendo algum curso e o estímulo é só para livros técnicos. Em outras oportunidades, optamos por ficção e, em outras, qualquer coisa que caia nas mãos é motivo para ler. Ainda acho que felizes são os que se dão o direito, o luxo e o prazer de se envolver com livros. O leitor caminhante deve, certamente, com este tipo de tesão, ser feliz.
Há poucos dias li, no mamãenapontaverde.blogspot.com , um texto com fotos que mostram o ator Matthew Broderick e seu filho; ele carregando a mochila de escola do pequeno, enquanto lê um livro “Mr. Tickle, parte da série Mr. Man and Little Miss”. Sei que não é bom para a vista fazer leitura em movimento. Amigas minhas falam que sentem tontura, dor de cabeça se ficam concentradas lendo em transporte em movimento. Os oftalmologistas que sabem o que deve ou não e o bom senso também deve ser considerado.
Tesão mesmo por ler tem um senhor, de seus 45 ou 50 anos, que passou a fazer caminhada de uns seis meses para cá, no mesmo horário que caminho, ou seja, às cinco da matina.O estranho é que ele lê enquanto caminha. A princípio pensei que fosse estrangeiro. Por inúmeras vezes tentava descobrir se ele lia mesmo, se mudava de livro, quando começava outro e minha curiosidade ia, cotidianamente, sendo aguçada. O homem já havia percebido que eu o observava, ou melhor, observava o livro que conduzia e olhava para mim com um “rabo” de olho e às vezes eu ficava desconcertada. Minhas amigas de caminhada também passaram a tentar descobrir os títulos dos livros. Um dia uma me fala que conseguiu ler “Casei com...”. Agradeci. Outro dia descobri “1808”. O leitor já estava tomando forma por suas preferências. Observei que vinha quase sempre prevenido, nesta época em que o dia nasce com o horizonte limpo e , de repente, o vento traz algumas nuvens e chove. Ele caminhava com um guarda-chuva pendurado no braço, creio que para proteger mais o livro do que a ele. Um dia a chuva cai de repente e ele, desesperado, põe o livro debaixo da camiseta; não sei se conseguiu deixar de molhá-lo. A vida segue. Andando com outra amiga, mas que não caminha com meu grupo, encontro-me com o tal homem, e para não variar, lendo. Falei que supunha que ele “não batia bem”, porque nunca vi alguém se concentrar em duas coisas ao mesmo tempo. O caminhar exige concentração, já que o calçadão tem irregularidades, muita gente anda e tem que se desviar etc. Não sei como consegue. Para minha surpresa ela conhece o senhor e disse-me que era viciado em ler. Não quis saber mais nada, até porque minha curiosidade era só sobre os livros e o ato estranho.
Sei que leitura para algumas pessoas é um alimento bom para a alma. Já virei noite lendo livros de Robin Cook, por exemplo. Suas tramas em “Coma”, "Médico ou semi deus”,” Febre”, “Contágio” e outros me envolviam, mas não ao ponto de fazer duas coisas que merecessem concentração,ao mesmo tempo. Minha motivação tem um limite, mas já vi que há gente com tesão por ler, sem escolher o local.
Creio que os livros que o leitor caminhante lê são atraentes. Não conto às vezes que fico “emperrada” na leitura de algum e tento, com dificuldade, ir até o fim. Alguns pedem reflexão e outros de suspense estimulam que se queira descobrir as saídas. A busca por leitura em livros depende muito do momento em que estamos vivendo. Há épocas em que estamos fazendo algum curso e o estímulo é só para livros técnicos. Em outras oportunidades, optamos por ficção e, em outras, qualquer coisa que caia nas mãos é motivo para ler. Ainda acho que felizes são os que se dão o direito, o luxo e o prazer de se envolver com livros. O leitor caminhante deve, certamente, com este tipo de tesão, ser feliz.