Ser mãe - para Cris

Minha reverência à mãe. Reverencio ao seu amor, à sua entrega e à sua coragem. A mãe morre um pouco para que o filho nasça, assim como o casulo fenece para dar luz à borboleta que alça célere aos céus em busca do seu destino, na luz que a ofusca e a faz despertar daquilo que é, para ser aquilo que será por toda a eternidade.

A mãe é o símbolo máximo da criação. Nela está o poder da vida e é por ela que este poder acontece. Assim como a flor que se abre para o amanhecer, no nascer do astro rei no zênite da vida no mundo, assim ela também se abre para a luz da alma que resplandece através do seu corpo no zênite que é o ente que dela rebenta e é agora.

Antigamente reverenciávamos às nossas mães cantando cantigas de amor e deslumbramento, quando dizíamos “ela é a rainha do lar”. Ela é muito mais do que uma rainha. Ela é uma semi deusa, um ser que tem dentro de si a essência da vida em toda a sua beleza e que a expressa em luz e em amor, no amor que dela traduz o ser que nasce.

Ser mãe é muito mais do que desdobrar-se fibra por fibra. É renascer em vida sem jamais ter morrido, mesmo que tenha que morrer um pouco a cada instante, para poder viver na vida aquilo que a vida é, pois só vive com profundidade aqueles que sabem renunciar um pouco na morte para poder viver na eternidade do espírito em si e Nele.