OUTRA VISÃO
OUTRA VISÃO – 29/07/11
BETO MACHADO
A partida de futebol realizada entre SANTOS e FLAMENGO, na quarta 27.07.11 deixou os brasileiros torcedores ou não, extasiados. Realmente foi um espetáculo inesquecível.
Quem sabe a gente possa estar diante de uma inovação de esquema tático, ou, como faz a indústria da moda, de uma reedição dos modos de jogar das equipes dos anos 50 e 60?... Cito como exemplo o Santos de Pelé; o Botafogo de Garrincha; o Vasco de Ademir Meneses; o Palmeiras de Ademir da Guia; o Flamengo do Dida; o Fluminense do Telê; a Portuguesa do Ivair; o São Paulo de Canhoteiro; o Corintians de Rivelino e vai por aí...
Depois de analisar mais atentamente, sem a surpresa dos lances em tempo real, como o primeiro gol do Santos, onde o sistema ofensivo do Peixe parecia a Sinfônica Brasileira no Teatro Municipal, enquanto o sistema defensivo do Urubu reproduzia o ensaio de uma fanfarra escolar, antes de um desfile cívico, eu chego à conclusão que devemos seguir a lição exposta na letra do samba JANDIRA, de autoria de uma dupla de compositores baianos, onde eles dizem:
“QUE EM TODO MAL EXISTE ALGO BOM PRA SE TIRAR
ASSIM COMO NA BONDADE TEM O QUE SE CONDENAR.”
Fosse eu dirigente de uma das duas equipes em questão estaria agora, passada a euforia da comemoração ou da tristeza da derrota, bastante preocupado com o futuro e as próximas partidas. Dificilmente Santos e Flamengo enfrentarão equipes que lhes ofereçam tantas facilidades de criar chances de gol, quanto eles ofereceram mutuamente.
A mídia adorou. Há muito tempo um clássico nacional não proporcionava tanta alegria a duas torcidas num jogo, e com tantos gols. O esplendor e a plasticidade das lindas jogadas permanecerão nas retinas mentais dos apreciadores do bom futebol, ad eternum.
Até a imprensa internacional se manifestou e não poupou elogios ao espetáculo protagonizado pela dupla NEIMAR/ RONALDINHO. Os nove gols do jogo e o vasto repertório de dribles encantaram a todos os que assistiram.
Voltando ao alerta que faz a letra do samba baiano, chamo mais uma vez a atenção dos dirigentes esportivos e técnicos de futebol: Dêem um tratamento mais cuidadoso aos sistemas defensivos, tanto no que tange ao material humano – (técnica) – quanto a esquematização – (tática). Daí, talvez, estaríamos prestes a resgatar aquele futebol vistoso que exibíamos nos anos 50, 60 e 70. Vistoso na frente e seguro lá atrás. Esse é o nosso ideal, é o sonho do torcedor e eu gostaria que fosse meta componente dos projetos e dos planejamentos dos clubes de futebol.