A FÉ DA "BOA FÉ"

A tarde começava a cair fria num daqueles "quase" verões de dez graus, que apesar de úmido e frio, amornava os corações acelerados daquele cenário turistico lá do velho mundo.

A cidade brilhava melancólica e as pessoas se maravilhavam com a fauna e a flora típicas da sazonalidade daquela tão bela região.

Enquanto alguém contava a História, as pombas ziguezagueavam pelos ares das praças e as fontes antigas jorravam suas águas cristalinas em direção ao céu.

Próximo a uma Catedral, pessoas bem agasalhadas para um improvável verão que não chegava nunca olhavam perplexamente para a arte dos monumentos históricos, enquanto crianças agitadas, quase despidas, chamavam a atenção dentro duma fonte d'água do belo jardim.

Não foi difícil perceber o que faziam lá dentro.

Enquanto os turistas eram informados que a cada moeda ali jogada um pedido poderia lhes ser atendido, as crianças munidas de pequenas peneiras ali traquinavam divertidamente e brigavam por pescarem as inúmeras moedinhas que afundavam na fria água da fonte.

"Essa é minha, essa é minha"- diziam-se arrancado as moedas uns dos outros.

Imediatamente os turistas desistiram dos seus fervorosos anseios de fé.

Aquela cena mais parecia um metafórico recado dos céus...à tão mísera Terra dos Homens.

Ali se escrevinhava mais uma crônica da vida a nos elevar o pensamento acima dos domínios das históricas pregações da fé.