Olhar

Fui tomado por um desejo impulsivo, impossível de não perceber o seu olhar que fez meu corpo tremer como paixão primeira, procura infinitamente um jeito capaz de fazer a alma leve ficar e levito em um mundo que criei para você, aromático e sem dor e talvez te encontre e possa olhar de perto e pousar em sua pele, descobrir seus segredos e seus gemidos preferidos, tocar no vermelho de sua boca e dedicar meu amor guardado que imagino quando a vejo passar em minha frente, o corpo arde aflorando um desejo desconhecido que encanta e acalma o peito fazendo o coração bater compassado em um ritmo suave, levando-me ao infinito, mulher o que traz em seu olhar que eu acredito.

Infindável dia que passo a lhe esperar como se fosse o ultimo da vida, porque amanhã a morte virá definitiva e trará azar ou sorte, se foi mal provada esta paixão que fulmina o peito e faz o olhar avermelhar e arder lacrimejando, sangrar a alma que lhe entreguei pura e me devolveu maltratada e regada de um odor insuportável, composta de lembranças que não cicatrizam e faz o tempo parar como se tudo dependesse apenas de sua permissão para acontecer perfeito ou não, remoia o que sobrou e junto e submetendo que o melhor passou e o que ficou não sustenta meu desejo imperfeito de viver a sublime intenção do amor que acredito existir e devo por ele viver mesmo levando- me a morte por não te ver.

Sou único dono do que sinto e não permito a autoria da dor que existe, não posso reconhecer esta noite mal dormida e lhe culpar pela despedida do encontro que se deu como queria encontrar culpas infinitas e patéticas como sua intenção mesquinha e fútil que inevitavelmente só fortaleceu o que previa o nada se compôs como conteúdo inato de sua suposta paixão fracassada de levar a acreditar na verdade, fruto de uma imaginação retrógada e infantilizada, narcisista e prepotente que constitui o formato do modo como se apresenta e pensa serem verdadeiras, posições cristalizadas e

racionais contaminadas de frustrações de amores mal vividos e incompletos como o que me mostrou e ofereceu irreal e não suportou o peso de um sonho verdadeiro de um amor que lhe dei e em seus braços morreu.

Edilson Barro Preto
Enviado por Edilson Barro Preto em 02/08/2011
Código do texto: T3134923
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