Bicho carpinteiro.
Uma amiga que me conhece há muitos anos me perguntou: “Porque é que você trabalha. Eu nunca a vi parada?”
Na hora eu não consegui responder; de fato, quando não estou fazendo uma coisa, estou arquitetando outra.
Pra mim é natural trabalhar. Não que fique contabilizando lucros, mas obviamente também não aprecio perder.
Meti-me num projeto maluco: estou restaurando os computadores que o meu filho armazenou no depósito aqui de casa com o objetivo de revender o lote do jeito que comprou. Eram 60; agora são 45. Sendo que 5 ficarão conosco.
Há cerca de oito anos resolvi fazer o curso de Manutenção de Computadores. Não aprendi muito, mas me diverti.
Como não tinha computador de teste continuei a mandar os nossos para o técnico, sempre que apresentavam defeito.
Nos últimos vinte dias que me dedico a fazer a manutenção dos que aqui estão estagiando, aprendi muito.
Mexo sem medo; são todos iguais. Então, separei um como modelo, e o uso para testes.
O meu professor me dá apoio uma vez por semana, por duas horas.
De resto, eu me viro. Encontro no Google muitas respostas. Resgatei a apostila do Curso e foi a primeira vez que a li.
Para mim, saber é libertador.
Passo horas entretida recuperando as máquinas. De vez em quando, compro materiais e hardwares pra melhorá-las: é mais um trabalho que virou hobby. O meu filho acha muita graça na oficina que montei com direito a spray limpa contatos, pulseira antiestática. Tudo organizadinho como aprendi no Curso de Pinturas Texturizadas que eu fiz no SENAI.
Hoje me lembrei do que a minha mãe me dizia desde tenra idade: “Você parece que tem bicho carpinteiro."
De fato, eu tenho: odeio ficar desocupada; nasci xereta!
Felizmente, pois com tudo eu me divirto!
O próximo projeto? Hum, depois eu conto.