NEM MELHOR NEM PIOR: SIMPLESMENTE AMIGO.
Não sei onde reside a amizade. Ela tem endereço e domicílio diferentes e um deles é o caráter. Mais que uma porção, o caráter é uma composição. A mais ou a menos, todos nós temos nessa dosagem os predicativos a que chamamos caracteres formadores da personalidade. A falta de um desses elementos talvez não implique a qualidade do todo, em parte. Sempre haverá algo sobrepondo. Uma imperfeição ou uma carência pode suprir-se do lado bom que sobeja. Não há absoluto equilíbrio na composição humana, pois o homem é uma obra inacabada, cuja perfeição é uma meta. Buscar no outro a perfeição é como uma regressão em si mesmo. Nada se vê, além da efêmera penumbra, mais que o desejado. O lado oposto do outro é um embaçado espelho. Uma vez restaurado o brilho, nele buscamos a própria imagem. Se ela se mostra diferente e mesmo assim a aceitamos e para ela sorrimos, não há dúvida: alguma coisa ali resultou em algo indizível enquanto indefinido, mas conscientemente identificável quando na concreta composição.
Personalidade é um domicílio. Nele mora e se acomoda o caráter com todos os elementos que o compõe. Se houver mudança constante, outros endereços dirão da pessoa o incerto e não sabido. E é pelo caminho da afinidade que a amizade promove uma busca. Algo assim, que se vai descobrindo em detalhes, em traços visíveis e comuns em meio às dessemelhanças. Iguais não teriam graça em qualquer relação. Cada qual, em partes, se junta a outras partes, não necessariamente afins. Contudo, harmoniosas.
Amizade tem mesmo algo de incerto e não sabido em seu itinerário. Mas nele há também paragens duradouras, marcantes, definitivas e perfeitas moradas repousantes. Nelas habitam os amigos. Amigos, simplesmente. Falso é dizer alguém é o “meu melhor amigo”. Esta escala colocaria outros em grau inferior. O “melhor” me levaria a pensar no “pior”. E este, com certeza não seria amigo. Muito menos meu.
Não sei onde reside a amizade. Ela tem endereço e domicílio diferentes e um deles é o caráter. Mais que uma porção, o caráter é uma composição. A mais ou a menos, todos nós temos nessa dosagem os predicativos a que chamamos caracteres formadores da personalidade. A falta de um desses elementos talvez não implique a qualidade do todo, em parte. Sempre haverá algo sobrepondo. Uma imperfeição ou uma carência pode suprir-se do lado bom que sobeja. Não há absoluto equilíbrio na composição humana, pois o homem é uma obra inacabada, cuja perfeição é uma meta. Buscar no outro a perfeição é como uma regressão em si mesmo. Nada se vê, além da efêmera penumbra, mais que o desejado. O lado oposto do outro é um embaçado espelho. Uma vez restaurado o brilho, nele buscamos a própria imagem. Se ela se mostra diferente e mesmo assim a aceitamos e para ela sorrimos, não há dúvida: alguma coisa ali resultou em algo indizível enquanto indefinido, mas conscientemente identificável quando na concreta composição.
Personalidade é um domicílio. Nele mora e se acomoda o caráter com todos os elementos que o compõe. Se houver mudança constante, outros endereços dirão da pessoa o incerto e não sabido. E é pelo caminho da afinidade que a amizade promove uma busca. Algo assim, que se vai descobrindo em detalhes, em traços visíveis e comuns em meio às dessemelhanças. Iguais não teriam graça em qualquer relação. Cada qual, em partes, se junta a outras partes, não necessariamente afins. Contudo, harmoniosas.
Amizade tem mesmo algo de incerto e não sabido em seu itinerário. Mas nele há também paragens duradouras, marcantes, definitivas e perfeitas moradas repousantes. Nelas habitam os amigos. Amigos, simplesmente. Falso é dizer alguém é o “meu melhor amigo”. Esta escala colocaria outros em grau inferior. O “melhor” me levaria a pensar no “pior”. E este, com certeza não seria amigo. Muito menos meu.