Sementes de ódio
Sementes de ódio
Certa vez, bateu-me uma curiosidade enorme sobre a origem da vida. Comecei a ler livros e mais livros para encontrar uma explicação plausível para a origem do ser humano aqui na terra. Li tanto, que desisti. São teorias e mais teorias, algumas estapafúrdias, tão loucas, que fiquei com medo de enlouquecer também. Lembro-me que numa delas, o mundo originalmente era habitado pelos homens da raça negra na região africana e que só depois, vieram outras raças, como a branca e a amarela, para ocupar outros continentes. Só não me perguntem como, pois o livro não fala. Só sugere que vieram de outros espaços celestes.Esta era a explicação para o preconceito entre as raças, e consequentemente, o complexo de superioridade da raça branca, que segundo o livro, era de um universo superior ao existente aqui na terra. Daí, a explicação para a dominação de povos, como a dizimação indígena e a escravidão. A questão do racismo é histórica e creio que não vai acabar nunca. Quando a gente acha que o homem está aprendendo a lição e se tornando mais solidário, quando a luta pela igualdade dos povos parece estar avançando, aparecem células de grupos extremistas semeando ódio, defendendo a hegemonia de povos que se julgam superiores, prepotentes, absolutos. Um aqui e outro ali, não faria diferença, se sua voz não tivesse alcance, mas o pior é estão sendo ouvidos, estão brotando e se organizando em grupos, essas sementes venenosas que cada dia germinam mais. Quem já nasce com o instinto da violência arraigado dentro de si, tende a ter simpatia com grupos assim, que não aceitam o diferente, que humilham, perseguem e atacam aqueles que vêem como intrusos em seu caminho. Não é preciso que ninguém ensine ao outro a lição do ódio extremista. Ele parece estar latente no coração de muitas pessoas, principalmente de jovens rebeldes, onde basta um pequeno aceno para que o fogo do ódio se acenda. Por isso é que os pais e professores têm que ter os olhos bem abertos para as atitudes dos seus filhos e alunos. É nas pequenas frases e nos pequenos gestos que as pistas aparecem e deixam espaço para interferências educativas. Nesse mundo competitivo, deixar nossas crianças e jovens entregues ao individualismo é correr o risco de perdê-los para ideologias loucas. Muitas delas, não têm volta.