A POMBA SUICIDA?!




Sentada em meu quintal, curto a sinfonia particular que os pássaros fazem para mim, leio um livro muito bom, estou esquecida das horas.
De repente um barulho seguido de algo caindo ao chão tira-me a concentração.
Olho na direção das portas de correr da sala que dão para o jardim, e lá está, agonizando sobre o solo uma linda pombinha rola.
Depressa me levanto, pego-a, e aconchego em minhas mãos, tento reanimá-la, doando-lhe energias boas e calor.
Mas não consigo meu intento, em poucos segundos ela dá seu último suspiro, recostada ao meu peito.

Ah, as lágrimas correm dos meus olhos, não posso evitar. Parece-me que os pássaros param seu canto, o vento se aquieta. Sinto como se a natureza ali presente, fizesse silêncio em respeito a uma irmã que segue viagem de retorno a pátria de origem.
Sei que pode parecer bobagem, mas realmente senti a natureza emudecer por alguns segundos. Com isso observo que estou cada dia mais sensível e integrada a mãe natureza, e talvez seja por isso que perceba meus sentidos mais aguçados em relação a ela.

Com muito carinho, cavo um buraco na terra com um ancinho pequeno. Deposito ali, a bela ave, e entrego-a aos irmãos da natureza que cuidam dos animais, depois cobro com a terra macia e cheirosa.

Volto a leitura, mas o dia perde um pouco do brilho, e meu coração tem um que de tristeza.
Fico pensando, será "que" foi um acidente ou a ave se suicidou?!

Lenapena
Enviado por Lenapena em 01/08/2011
Reeditado em 12/11/2011
Código do texto: T3131924