DESABAFO DE UMA MÃE SOLTEIRA

Hoje acordei pensando na vida e me senti mal por não estar sendo muito presente no dia das minhas filhas.

Eu tenho duas meninas, uma fará 14 anos em Setembro e a outra acabou de fazer 16. Desde que nasceram eu cuidei de cada uma delas em cada detalhe com o carinho do meu coração e da minha presença. Foram bebês lindos, meninas belas e bem cuidadas, podia-se ver a distância. Mas na pré adolescência delas o pai nos abandonou e me tornei pai e mãe. Tive que reconstruir nossas vidas, a casa, por dentro e por fora. E não só, também tive e ainda tenho que garantir o futuro. E eu que parei de trabalhar por elas, acabei voltando, também por elas. As coisas foram acontecendo profissionalmente e acabei abrindo meu próprio negócio, o que é bom, pois será a garantia do nosso futuro. Mas isso está absorvendo meu tempo de 10 a 12 horas cinco dias por semana. Me sobram apenas o Domingo e a segunda feira, onde tenho que cuidar da casa, da administração da alimentação delas para semana seguinte, das contas, dos cursos que eventualmente tenho que fazer, delas por assim dizer, do meu coração e tentar cuidar de mim. Confesso que, eu, tenho sobrado. O cabelo está bem, as unhas mais ou menos, a pele está legal. A dieta anda meio louca, mas dá pra levar. Só que ainda não consegui arrumar tempo pra cuidar das minhas celulites. Tomara que ele não se importe rsrs.

Me sinto culpada pelas meninas, acho que elas merecem mais de mim, só não sei como fazer pra conseguir esse “mais”. Gostaria que o dia tivesse 48 horas ou que eu fosse mais ágil e organizada, mas não sei como fazer pra ser melhor.

Eu desabafei com a minha filha mais velha que me disse uma coisa que me encheu os olhos de lágrimas e o coração de um misto de ternura, orgulho e felicidade, não sei explicar bem. Ela me disse assim:

- Você não está deixando agente "largada" mãe. Sempre que eu preciso você está aqui. você sabe de tudo na minha vida, conversa comigo, só está precisando dividir o seu tempo com outras coisas. E também, você não pode viver grudada em nós o tempo todo.

Largar os filhos é não conversar com eles, não estar presente quando eles precisam, não saber da vida deles. E se você não é assim, eu não me importo em dividir.

Às vezes eu me sinto exausta, reclamo da sorte e do rumo da minha vida. Mas quer saber? Eu tenho sorte. Melhor, eu fiz a minha sorte! Consegui criar duas grandes pessoas, sou uma mulher de muita sorte!