PARADAS DA VIDA
Eu nunca tive certeza de que queria afastar meu olhar...
Numa viagem, deparei-me com uma casa de madeira, pequena, simples, onde morava alguém que ali passou toda sua vida. Suas palavras sábias pelo vivido e não vivido, levou-me a pensar que precisava olhar tudo em minha volta.
Na medida em que ele falava, meus olhos fugiam aos detalhes da casa, na manta sobre uma cadeira, alguns objetos empoeirados, pelo vazio do tempo...
Após uma longa xícara de chá e num olhar, cheio de passado com ternura, despedi-me. Senti suas mãos calejadas e cheias de histórias, então disse-me: “Nada e ninguém muda a vida, exceto eu.” Assim, parti...
Pela estrada, minha mente não parava de buscar, onde fiquei todo esse tempo? Encontrei um lugar, senti que precisava parar ali. Sentei e me perdi na natureza, nas imagens que foram se retratando, para mim e em mim. Ao longe, a lua, que, brilhante, começou sua lenta ascensão no rio.
Uma canoa, com a madeira castigada pelo tempo, jogada na terra vermelha, o silêncio da água que fazia um espelho prateado, onde as folhas seguiam...
Aquele foi o meu encontro com o meu olhar que, por muito tempo, se encantou com uma voz, que trouxe a vida,
um olhar no meio da minha escuridão.
Vi a lua refletida em seus olhos e ouvi sua voz suave...pensei nisso, esperando que tudo fosse verdade.
Voltei a uma vida já vivida, busquei esse mesmo olhar, diante da luz do fogo, quase como um sonho, senti a força desse sentir e sobre o fogo, seu olhar ganhava um mistério.
E minha alma suplicou, em lágrimas, por quê? Porque você voltou?
Senti, por um momento, toda paz que precisava, todo o carinho de um olhar da natureza e sabia que terminaria convencida de que a vida vai além.
Segui, dando-me um sorriso silencioso, refletido no rio, levantei e prossegui...
Adriana Leal
Texto revisado por Marcia Mattoso
Eu nunca tive certeza de que queria afastar meu olhar...
Numa viagem, deparei-me com uma casa de madeira, pequena, simples, onde morava alguém que ali passou toda sua vida. Suas palavras sábias pelo vivido e não vivido, levou-me a pensar que precisava olhar tudo em minha volta.
Na medida em que ele falava, meus olhos fugiam aos detalhes da casa, na manta sobre uma cadeira, alguns objetos empoeirados, pelo vazio do tempo...
Após uma longa xícara de chá e num olhar, cheio de passado com ternura, despedi-me. Senti suas mãos calejadas e cheias de histórias, então disse-me: “Nada e ninguém muda a vida, exceto eu.” Assim, parti...
Pela estrada, minha mente não parava de buscar, onde fiquei todo esse tempo? Encontrei um lugar, senti que precisava parar ali. Sentei e me perdi na natureza, nas imagens que foram se retratando, para mim e em mim. Ao longe, a lua, que, brilhante, começou sua lenta ascensão no rio.
Uma canoa, com a madeira castigada pelo tempo, jogada na terra vermelha, o silêncio da água que fazia um espelho prateado, onde as folhas seguiam...
Aquele foi o meu encontro com o meu olhar que, por muito tempo, se encantou com uma voz, que trouxe a vida,
um olhar no meio da minha escuridão.
Vi a lua refletida em seus olhos e ouvi sua voz suave...pensei nisso, esperando que tudo fosse verdade.
Voltei a uma vida já vivida, busquei esse mesmo olhar, diante da luz do fogo, quase como um sonho, senti a força desse sentir e sobre o fogo, seu olhar ganhava um mistério.
E minha alma suplicou, em lágrimas, por quê? Porque você voltou?
Senti, por um momento, toda paz que precisava, todo o carinho de um olhar da natureza e sabia que terminaria convencida de que a vida vai além.
Segui, dando-me um sorriso silencioso, refletido no rio, levantei e prossegui...
Adriana Leal
Texto revisado por Marcia Mattoso