Era o fim



Uma coisa certa na separação é a dor e a culpa quando há filhos envolvidos. As pesquisas mostram que, na maioria dos casos, sair da relação parte das mulheres.
O casal se conheceu casualmente e, a partir deste encontro, foram surgindo outros, sempre aos finais de semana. Ela insistia em um compromisso de namoro e ele longe de querer assumir. Por insistência dela começou o namoro e foram morar juntos. Ela achava que a relação duraria para sempre, mas começou a perceber que ele continuava descompromissado com ela, apesar do filho (filho nenhum segura relação). Ela foi sentindo suas emoções sendo via de mão única. Deu-se conta que era o início do fim. Acreditava que tinha fracassado na continuidade da conquista. Será que a relação iria melhorar? Dia após dia e nada. Encarou seus sentimentos e perguntou-se porque permanecer nessa relação, já que se sentia triste, infeliz e com seu coração murchando. Medo de ficar só? Temor de não encontrar alguém que pudesse amá-la do jeito que era? E se ela não conseguisse amar ninguém? Estava vivendo uma constante crise e sabia que ele não queria saber de analisar a situação, fazer alguma renúncia, mudar seu comportamento, ser mais atencioso, fazerem programas juntos, ser mais tolerante, mais compreensivo. Pensou que não queria viver o resto da vida daquele jeito.
Há estudos que mostram que o corpo , ao vivenciar insatisfação, tristeza, apresenta sintomas físicos. Não demora surgir um ou outro sintoma, como insônia, falta de concentração, apatia, queda produtiva no trabalho, baixa de imunidade, surgindo com facilidade dores na coluna, gripes recorrentes, herpes, além de infeçcções gástricas, respiratórias e outras. Cada um vai sentir de acordo como está sendo afetado pelo problema.Ela estava adoecendo.
Assisti a produção belga-ítala-francesa, como filme de arte, “Cópia fiel”. Permite uma reflexão sobre a vida de casal; a vida copiando a arte. O título se inspirou, pareceu-me, no filho, quase adolescente, que era cópia fiel do pai, em termos de comportamento. Até parte do filme não percebi indício de que um escritor e uma dona de um antiquário, na região da Toscana, fossem casados, muito menos há quinze anos. A opção dele foi dedicação excessiva ao trabalho, já ela insistia em desejar companhia, sexo e levar a vida a dois até ficarem velhinhos. Creio que é um desejo normal nas pessoas. Desencontro nos desejos de cada um. Ela tentando ser sedutora e ele demonstrando frieza e reserva. Havia ressentimentos em ambos. Certa ocasião, quando estão em um restaurante e ele se retira para atender a um telefonema, a dona diz para ela que trabalho demais não é problema, problema começa a surgir quando aparece uma outra. Isso é o que desgasta e transforma a relação. Ela ainda tenta resgatar o passado, numa tentativa de salvar o futuro a dois. O presente indicava que o amor tinha acabado. Não basta apenas um investir. Não era apenas uma turbulência a ser superada. Era mesmo o fim.

Edméa
Enviado por Edméa em 29/07/2011
Reeditado em 29/07/2011
Código do texto: T3126413