Sofrimento
Manhã de segunda-feira,cinco horas.
Escuro ainda,frio demais.
Fila na porta do Posto de Saúde.
Algumas pessoas enroladas em cobertores.
Colchonetes espalhados na calçada.
Garrafas térmicas com café,vasilhas plásticas com bolos e biscoitos,com arroz e frango frito.
Garrafas com água filtrada e com sucos.
Pessoas encolhidas,falando baixinho ou simplesmente esperando a hora de abertura do Posto.
Com o passar das horas a fila só crescendo.
O sol começa a despontar aliviando um pouco a friagem,secando as gotas de orvalho nos carros.
Cobertas e colchonetes são enrolados e guardados.
A hora de marcar o exame aproxima, as oito horas.
Esperança, alegria.
Enfim se curar com o tratamento adequado.
Abrem-se as portas do Posto,o guardinha vem organizar a fila.
Vários guichês, filas, encaminhamentos,pedidos de exames.
Rapidamente as pessoas vão embora desoladas.
Nada resolvido,não tem especialistas suficientes.
Ou só para daqui a dois meses se tiver.
Precisa de cirurgia? Que espere.
Assim continua a Saúde do nosso povo sofrido.