Esquisitice

Há tempos que eu não tinha uma semana de gente normal. Se eu pensei em suicídio umas duas vezes foi muito - normalmente eu cogito pular na frente de um ônibus pelo menos umas quarenta vezes por dia. Atribuo minha sazonal - espero que não, vai! - serenidade ao fato de estar indo (?) dormir cedo, de "não ter" horário pra entrar no trabalho, não ter enfrentado trânsito na volta pra casa; além de ter conseguido voltar pra academia e ter meus pensamentos centrados num determinado objetivo e também numa determinada pessoa - tão crica quanto eu; da pele aveludada e cheirosa e quente. Claro que a presença sempre risonha de uma companheira de trabalho também tem influenciado nessa maré de paz.

Claro que também algumas mulheres precisam parar de se comportar feito putas no cio e falar um pouco mais baixo no celular; claro que os vendedores de balas e chocolates dos ônibus poderiam ter uma consciência de criança bem-educada e não jogar as caixas dos produtos que vendem pela janela da barca em movimento e me pouparem a vontade de esfaqueá-los; claro que o segurança de um terminal de ônibus poderia ter sido poupado de ouvir o meu "É? Foda-se!" ao ter vindo me falar que eu poderia pegar alguma doença do cachorro que eu estava brincando na hora; claro que poderia ser instaurada uma lei que permite assassinar quem anda na sua frente na rua e sopra fumaça de cigarro na sua cara; claro, claro que sim - mas, não, nem tudo é e nem pode ser perfeito.

Mas vamos seguindo esse troço esquisito que se chama Vida.

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28/07/2011 - 22h00m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 28/07/2011
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