Variações em S
Variações em S
Gosto muito de certas palavras da língua portuguesa começadas por s. Nem tanto pelo sentido, mas pela sonoridade e o que sugerem. Por exemplo:
sábado, lembrando orgias pagãs;
sagração, pronunciada ao som de Stravinski;
sagitário, o eqqus e o homo do horóscopo;
salamandra, não a lagartixa, mas o elemental do fogo;
salmo, na voz e ao som da lira de Davi;
samdália, a do pescador;
século, por reunir em si mesma: presente, passado e futuro;
sensação, “ui” que arrepio;
senha, pelo que ela esconde;
sereno, qualquer um, o da tua placidez ou o atmosférico ou o das festas de antigamente;
serpente, principalmente a de Eva contra Adão, que nos proporcionou essa coisa gostosíssima que é pecar;
sexo, o da vida e naturalmente o que nos dá prazer;
sinagoga, sinfonia, todos os “sins” que agregam;
síncope, a da música, nunca a da perda da consciência;
sinopse, síntese, solidão, soledade, soletude, só.