Contraposto

Faz muito tempo que não escrevo textos longos, só poesias refinadas no amor, hoje me deu uma vontade louca de falar do desamor que muitas vezes percorre minhas veias, eu que, imagine só, sou impregnada de amor, de todas as formas, sem preconceitos e com todos os trejeitos que posso captar neste mar de sonhos e fantasias, realidades e insanidades.
Nesta mistura louca, de palhaço a anjo percorro meus dias longos, distantes de mim, quando o desamor bate à minha porta e eu não quero abrir e ele insiste, até que, por uma fresta da janela entra e quer se instalar de forma brutal em meu peito, me deixando sufocada, quase sem fala, apenas suspirando pelos cantos da alma, num pulsar descompassado do coração em dupla personalidade intangível ao tato.
Por que ou por quem o desamor vem bater e interromper meus momentos de prazer, quando tudo parece estar sorrindo, uma lágrima começa a querer rolar pela minha face que instantes antes olhando no espelho a admirava, agora sinto-a queimando de saudades de um infindo amor do passado, ou de um provável amor futuro, eu sei lá....que coisa maluca é esta que me invade e desloca o ar para um vácuo nefasto.
Me perdoem vocês que com certeza não estão compreendendo nada, neste emaranhado de palavras desencontradas, mas a realidade é agora, esfarelando meus miolos em farinha seca de sorrisos, a forma que mais gosto de me expressar está sumindo no vento que de repente bateu forte.

Cássia Vicente
Jataí.GO - 07.12.06