Ser Humano


Me perguntaram: Como sei que sou ser humano: Uma vez que não acredito no transcendente, e seria este que me faria ser humano.
 
Olhei meio consternado, pois acreditei entender onde ele queria chegar. Meio assustado ainda com o questionamento respondi: não sou nem mais nem menos humano graças ao transcendente, mesmo que ele exista, o que não creio.
Simplesmente sou ser humano, pois sou filho de humanos.
 
De pai humano e mãe humana nasci humano, aliás, como todo e qualquer humano vivente.
 
Creio em evolução? É lógico que sim.
Mas nenhuma espécie varia tão rapidamente. Apenas erros de cópia sucessivos, e em longo prazo, e que mesmo assim permitam melhor adaptação, levam a especializações selecionadas.
Agora, nenhuma geração é em espécie diferente da geração anterior.
 
É falaciosa a idéia que um símio, em um dia, do nada, deu a luz a um humano. A evolução é muito lenta e contínua. Somente ao longo de muito tempo alguma geração atual seria diferente em espécie de uma geração muito tempo anterior.
 
Sou humano por ser filho, neto e bisneto de humanos. E só.
 
Então me questionaram diferente. Se não creio no transcendente qual seria a minha razão de viver?
Resposta também simples e direta.
 
Louvar o quase milagroso e improvável surgimento da vida. Louvar a quase improvável (estatisticamente falando) chance de ter nascido.
Aprender e crescer humanamente.
Deixar algo que possa não somente me eternizar, mas ajudar os excluídos e os que ainda virão.
Como já comentei em outros textos, de um tempo para cá tenho duas novas razões para viver, preparar meus filhos para a vida.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 26/07/2011
Código do texto: T3120382
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