AS DESBOTADAS
Quem será que inventou um negócio chamado MODA? Será que foi alguma macaca, alguma mulher de Neandertal ou alguma perua mesmo? No caso de ter sido alguma troglodita, será que a ideia de querer ser chique, veio da inveja da deslumbrante pele de animal que cobria o corpo da “amiga”? E os acessórios? De onde sugiram as idéias de pendurar coisas diferentes pelos corpos? De algum ossinho diferente que foi espetado na orelha ou amarrado no cabelo? Sabe Deeeus!!
Até que costumo ir a lojas de acessórios e trocar minha grana por bijouterias, echarpes e chapéus (tenho coisas raras e incrivelmente lindas), pois adoro enfeitar as grávidas que fotografo; contudo, sou uma péssima cliente de boutiques, pois não costumo seguir moda alguma. Basta-me estar vestida confortavelmente, sem ficar combinando vermelho com roxo, por exemplo. Sei que tem estilista que inventa de misturar essas duas cores (e há quem as vista), mas vou morrer achando medonha essa combinação.
Na verdade, na verdade, seu eu pudesse, eu gastaria todo o meu dinheiro com comida gostosa, vinho bom e viagens. Por falar nisso, recentemente, eu e duas amigas, Jussara Oliveira e Zilda Fantin, fomos à Capital do Pão de Queijo. O que fomos fazer por lá? Ora, fomos bater perna, ao teatro, aos barzinhos, aos shoppings e, principalmente, à Feira de Artesanatos da Av. Afonso Pena....
Observando a moda por lá, cheguei à conclusão de que Belo Horizonte deveria ser conhecida, também, como Capital da Bota. A cada minuto nós nos deparávamos com crianças, meninas, adolescentes, moças, balzaquianas, velhas, gordas ou magras, usando ankleboots ou botas countries, de montaria, rasteiras, tipo coturno, com salto, longas até o joelho, longas passando do joelho, de couro, de napa, de plástico, marrons, pretas, cinzas, castor... Quase todas muito lindas, conferindo charme à mineirada.
Jussara, que tem muito bom gosto, adora se arrumar toda “combinandinha” e não sai sem maquiagem, comprou logo dois pares delas: um preto, lindo, de salto montaria e cano até o joelho, o outro era similar, mas era marrom e de salto rasteiro. Na primeira noite do passeio ela já se confundia com as jovens senhoras que gostam de falar “”UAI, SÔ!”
Zilda, que também tem bom gosto, mas não tem grandes preocupações com modas, comprou uns três pares de sapatos confortáveis, de boa marca, e ficou alternando as suas estreias a cada noite.
Eu, que tenho “pés de cristal” (leia a minha crônica homônima), confesso que ensaiei a compra de um par de botas, mas só me coube o 39. Ao olhar-me no espelho, vi uma velha “sem noção”, querendo ser gatinha e parecendo um sapatão. Desisti. Circulei com meus queridos velhinhos, que não me machucam os dedinhos.
Jamais me esquecerei de que durante 04 dias, eu e minha amiga Zilda fomos as únicas “desbotadas” de Belo Horizonte.
Pois é... e o mundo não acabou.